Delação premiada
Na audiência em que será interrogado na próxima quarta-feira, em Goiânia, Carlinhos Cachoeira receberá a oferta da delação premiada. Procuradores e policiais que trabalham no caso acham que o tempo de prisão (139 dias), a cassação de Demóstenes Torres, a possibilidade de pena reduzida e os sinais de que a ruína se avizinha conspiram a favor de um acordo no qual ele entregue os anéis para não perder os dedos. Um eventual acordo passaria, no entanto, por seu advogado, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos.
Mãos limpas
O presidente da Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR), Alexandre Camanho, acha que Cachoeira tem potencial para dar uma grande contribuição ao país, como fizeram os alvos da Operação Mãos Limpas, na Itália.
Capilaridade
“Ele pode mostrar até onde vai o envolvimento de agentes públicos com o crime organizado e a corrupção”, diz Camanho. Como se sabe, o poder do contraventor é de impressionante capilaridade e não se restringe ao Legislativo e a governos.
Código Penal
O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) deverá ser o presidente da comissão de 11 senadores criada pelo presidente do Congresso, José Sarney (PMDB-AP) para analisar o anteprojeto do Código Penal.
Vassoura nova
A lei que amplia a pena e o enquadramento em casos da lavagem de dinheiro – mesmo que não haja vínculo com o crime – vai atingir o “laranjal” adubado pelas relações nem sempre republicanas de políticos com negócios públicos. Ao sancioná-la, a presidente Dilma Rousseff descontenta a base, mas ganha material para a “faxina”.
Cifra
Estimativa modestíssima da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) mostra que o Brasil perde por ano algo em torno de R$ 70 bilhões com a corrupção.
Na surdina
O suplente de Demóstenes Torres, Wilder Morais passou ontem como um furacão pelo Senado. A decisão pela posse imediata pegou de surpresa até os senadores do DEM, que já estavam fora de Brasília. “Soube pela imprensa. Vamos ver isso na terça”, disse Jayme Campos (MT).
Álibi
Wilder terá de explicar suas relações com Cachoeira, que podem ser até mais comprometedoras do que eram as de Demóstenes com o contraventor. Seu álibi é o mesmo que consolidou Gim Argello (PTB-DF) na cadeira de Joaquim Roriz: não era senador.
Maia explica
O deputado Marco Maia (PT-RS) informou que José Umberto Almeida deixou a chefia do gabinete da presidência da Câmara por razões pessoais, e que aceitou o pedido. No lugar, nomeou Rubens Foizer Filho.
Agora vai!
O PT lavou as mãos e entregou o prefeito de Palmas, Raul filho, à sua própria sorte. Vai usar o exemplo para cutucar o PSDB a fazer o mesmo com seus políticos enrolados com Carlinhos Cachoeira/Delta e, assim, tentar a ressurreição da CPI.
Apoio psicológico
O Ministério da Justiça vai gastar R$ 4 milhões para viabilizar o apoio psicológico às vítimas da ditadura. O polêmico programa chama-se Clínica do Testemunho e será operado por ONGs, que têm até 13 de agosto para apresentar propostas.
Núcleos
Cada núcleo de apoio a ser criado pelo MJ embolsará entre R$ 200 mil a R$ 600 mil para atender até 30 pessoas por um prazo de dois anos.
Pavimentando a campanha
Após liberar na semana passada R$ 145 milhões para obras no aeroporto de Ribeirão Preto, o governo de Geraldo Alckmin anunciou que vai privatizar a administração dos 31 aeroportos sob a sua gestão até 2014.
O pupilo
A opção do governo paulista já faz parte da campanha do deputado federal Duarte Nogueira, ex-secretário do governo Alckmin e candidato a prefeito em Ribeirão Preto.
À espera de Marta
O PT está reforçando o empenho para convencer a senadora Marta Suplicy a se incorporar à campanha de Fernando Hadad à Prefeitura de São Paulo. “Ela virá”, aposta o deputado José Mentor (SP).
Mau gosto
Um vídeo com imagens da violenta repressão a manifestantes que protestavam contra o ex-governador José Roberto Arruda, em 2009, foi postado no Youtube como marketing de um dos grupamentos da PM do Distrito Federal, a Rotam.
Com Gilmar Correa e Marcos Seabra