A aliança do Palácio com o PMDB em torno dos projetos do pré-sal explica, em boa parte, o apoio incondicional de Lula a José Sarney nas indefensáveis lambanças do Senado. O partido vai comandar no Congresso a aprovação dos projetos relacionados à exploração das imensas jazidas de petróleo.
Na tramitação das propostas do governo enviadas ao Congresso, o PMDB terá a oportunidade de retribuir a providencial ajuda de Lula. O líder do partido no Senado, Renan Calheiros, teve papel decisivo na definição da estratégia legislativa. Partiu dele, por exemplo, a orientação de que os projetos fossem acompanhados de pedidos de urgência.
As regras dos bilionários negócios do pré-sal terão o carimbo do PMDB. No governo, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, homem de Sarney, ocupa posto de destaque na distribuição dos dividendos econômicos e políticos da exploração petrolífera.
As últimas décadas revelaram a grande vocação mineral do PMDB. Sarney, em particular, teve especial preocupação em indicar aliados para controlar as estatais do setor. A aliança com Lula assegura a continuidade da presença do grupo liderado pelo presidente do Senado na administração das riquezas nacionais.
Sem sombra de dúvida, o PMDB vai se beneficiar da partilha do pré-sal.
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