Marcos Morita*
Mais um final de ano se aproxima com velocidade espantosa. Compras de última hora, trânsito aos finais de semana, cardápio da ceia de Natal, viagem de ano novo, férias das crianças, amigos secretos, festas corporativas, enfim, a velha e conhecida TPN – Tensão Pré Natal, que costuma acometer homens e principalmente mulheres no último mês do calendário.
Irei me concentrar nas polêmicas festas empresariais de fim de ano, que, em geral, causam certo desconforto e algumas vezes saias justas aos participantes. Seja um jantar formal, uma recepção em uma casa de eventos ou um churrasco com pagode e futebol, as reclamações estarão sempre presentes. Longe, cedo, muito tarde, brega, chique demais, comida ruim ou pouca variedade. O fato é que nunca se conseguirá agradar a todos os grupos, cujos tipos clássicos serão identificados a seguir.
Os Papa-léguas: Avessos a esse tipo de comemoração, resolvem dar uma passadinha com receio dos comentários de chefes e colegas de trabalho.Têm na ponta da língua desculpas como: tenho outra festa ou estava trabalhando até agora. Como o pássaro homônimo, costumam sair com a mesma velocidade que chegaram aos ambientes.
Os viciados em trabalho: Não esquecem seus afazeres nem mesmo enquanto comem ou bebem. Costumam se aproveitar do clima informal para resolver problemas ou cobrar pendências, entre um copo de uísque ou bolinho de queijo. Por essa razão, costumam ser vistos sozinhos, passeando entre as mesas e rodas de conversa.
Os bem-vindos: Em todo empresa, há aquele sujeito boa-praça e comprometido, que costuma resolver os problemas de todas as áreas. Bem recebido em todos os grupos, costuma aguardar com ansiedade a festa de confraternização, sugerindo, ajudando e participando ativamente da sua organização.
Os bajuladores: O mais famoso e antigo dos grupos é também o mais estratégico, identificando seus alvos com precisão milimétrica. Podem ser vistos ao lado ou ao redor das rodas de diretores, superintendentes ou vice–presidentes. Comparados aos paparazzos, adoram uma foto ou bajulação.
Os soltinhos: Gostam de aproveitar a festa, exagerando muitas vezes na dose, literalmente. Com mais álcool e menos juízo, costumam criar situações hilárias ou embaraçosas, que servem para compor o mural de fotos ou as lendas que povoam todas as empresas. A situação piora quando decidem enfrentar a lei seca.
Creio que você tenha correlacionado diversas pessoas enquanto lia este artigo, lembrando-se de histórias cômicas ocorridas durante as celebrações empresariais. Caso não tenha conseguido se encaixar em nenhum grupo, não se preocupe, talvez tenha sido seu senso crítico que não tenha permitido.
Como mensagem final, prudência, bom senso e profissionalismo devem guiá-lo, afinal de contas, você não irá querer mais uma dor de cabeça neste final de ano, irá?
*Mestre em Administração de Empresas, professor da Universidade Mackenzie e professor tutor da FGV-RJ. Especialista em estratégias empresariais, colunista, palestrante e consultor de negócios. Há mais de quinze anos atua como executivo em empresas multinacionais