As Olimpíadas de Londres terminaram no último domingo (12), depois de duas semanas de competições. Volto a escrever sobre o evento porque ele teve belos momentos e produziu importantes lições de vida, que servirão de exemplo para todos nós envolvidos no mundo dos concursos.
Os resultados no vôlei, no futebol e no atletismo brasileiro ilustram como a vitória só é possível se houver total dedicação à causa. Não importa quantos sacrifícios sejam necessários, é preciso estar disposto a fazê-los. Falo com conhecimento de causa. Como corredor de longas distâncias que sou, tendo participado inclusive de maratonas, sei bem o que significa ser atleta, ainda que amador. Numa competição como as Olimpíadas, então, mesmo para atletas de alto nível, o sofrimento é muito maior. Imagine o estado de cada jogador após uma partida como a da vitória das nossas moças sobre as russas por 3 sets a 2, comemorada – com toda razão -, por elas e por nós, como se fosse a própria final olímpica. As atletas nem tiveram tempo de se recuperar do incrível esforço daquele jogo, e já veio outra partida, que valia vaga na final. Não tem jeito: numa situação como essa, as dores do pós-jogo são superadas imediatamente, graças à adrenalina que se espalha pelo corpo como um fogo incontrolável quando outra partida decisiva começa.
Quem é concurseiro sabe do que estou falando. A sensação é a mesma experimentada por quem entra em sala para iniciar a prova de um concurso público para o qual se preparou, às vezes durante anos, e que pode mudar sua vida para melhor, a depender do desempenho nesse grande dia. O desgaste produzido por uma prova como essa, de quatro horas e meia ou cinco de duração, como no caso da prova para auditor fiscal, é comparável ao que sente um atleta em competição olímpica, sem nenhum exagero.
Tivemos, em Londres, belos exemplos de participação brasileira. Não posso deixar de falar de Arthur Zanetti, nosso medalhista de ouro na ginástica artística, que promete ser o grande nome desse esporte nos próximos quatro anos, até os Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. No meu último artigo, mencionei também o sucesso de Sarah Menezes, nossa campeã olímpica de judô, uma piauiense que entra para a galeria das grandes musas brasileiras do esporte, graças ao seu maravilhoso desempenho em Londres. Não posso me esquecer, ainda, de Robert Scheidt, que se tornou o recordista brasileiro de medalhas olímpicas com o bronze conquistado na Inglaterra, nem do Paulo Roberto de Almeida, atleta da equipe Gran Cursos/Caixa, que foi o 8º na maratona disputada com os melhores do mundo. Esses foram alguns dos grandes destaques individuais do Brasil na competição. Cada um desses vitoriosos traz uma história de vida que, em geral, também serve de exemplo aplicável ao mundo dos concursos: para vencer, é preciso, antes de tudo, querer. Afinal, como diz o ditado, querer é poder.
Podemos tirar lições até mesmo de alguns fracassos inesperados de nossos representantes nos Jogos de Londres. Caso do futebol feminino, eliminado da disputa precocemente, pelo Japão. Caso, também, de Cesar Cielo, que, embora fosse o grande favorito para os 50 metros do nado livre, não conseguiu a tão esperada medalha de ouro e teve de se contentar com o bronze. Ao menos ele foi melhor do que nossas duas maiores esperanças no atletismo, Fabiana Murer e Maurren Maggi, que não passaram das fases eliminatórias do salto com vara e do salto em distância, respectivamente.
Talvez tenha faltado a esses atletas a concentração necessária nos momentos cruciais das provas, quando era preciso focar, única e exclusivamente, em superar os adversários para conquistar a vitória. É essa mesma falta de concentração que às vezes derruba o candidato nos concursos públicos. Muitas vezes, ele está bem preparado e seguro de que é muito melhor do que a maioria dos concorrentes. Pode ter até mesmo certeza de que foi bem nas provas. No entanto,, quando sai o resultado, constata que não conseguiu nem sequer a última posição na lista de classificados. Tudo porque – simples assim – perdeu o foco na hora decisiva e deixou de lado lições importantes que havia aprendido durante todo o período de preparação.
Em análise simplificada da participação do Brasil nas Olimpíadas de Londres, acho que o resultado final, se não pode ser comemorado como um sucesso, pelo menos nos deixa esperançosos para o Rio de Janeiro, daqui a quatro anos. É importante tomar como exemplos a perseguir as histórias de sucesso dos grandes campeões de Londres, como Usain Bolt, o homem mais veloz do mundo, que confirmou tudo o que se esperava dele nos 100 metros rasos, e Michael Phelps, o maior medalhista olímpico de todos os tempos, campeão absoluto das principais provas de natação. Impossível deixar de lembrar, ainda, do sul-africano Oscar Pistorius, que, com pernas mecânicas, participa das provas mais rápidas do atletismo em condições de igualdade com os demais competidores.
Bolt e Phelps são fenômenos que surgem de quando em quando no cenário do esporte, mas não chegariam aonde chegaram sem dedicação total aos treinos, o que significa abrir mão de muita coisa boa na vida. Phelps chega a nadar 12 a 16 mil metros por dia, e Bolt também treina até cair de exaustão, como mostrou recente documentário em que assistimos ao atleta só parar quando já vomitava, de tanto cansaço. E sobre Pistorius, o que dizer? Só a participação dele como atleta olímpico já vale uma medalha de ouro!
Cada caso é um caso, mas todos nos levam a um valioso ensinamento, que serve para todos nós, concurseiros ou não: não existe vitória sem sacrifício. Quem deseja alcançar o pódio tem de estar preparado para ser um atleta de alto rendimento a cada prova. Essa também é a regra para a aprovação em concurso público e a conquista da cobiçada medalha de ouro, prata ou bronze, que, para o concurseiro, é um
FELIZ CARGO NOVO!