A posse de um presidente da República é um evento simbólico, que tenta projetar a imagem de um líder vitorioso, com amplo respaldo de seu povo.
A festa vai acontecer de qualquer jeito e será vista por boa parte dos 210 milhões de brasileiros.
Isto lá é hora de o PT, o Psol e o PCdoB deixarem o palco e os holofotes inteiramente para os inimigos, como se não existissem descontentes com o terrível retrocesso histórico representado pelo presidente fake news e sua cambada de fanáticos, obtusos e esquisitos?
Jair Bolsonaro teve 39% dos votos no 2º turno, mas parecerá unanimidade se os partidos de esquerda não estiverem lá dizendo em alto e bom som que 61% dos brasileiros não votaram nele: ou porque não votariam nele de jeito nenhum, ou porque não o viram como solução, ou porque concluíram que havia coisas melhores para se fazer num domingo.
Uma das campanhas mais simpáticas e impactantes já realizadas por aqui foi a das diretas-já, em 1983/1984, que tinha como símbolo a cor amarela. A extrema-direita copiou o exemplo e adotou o verde-amarelo nas manifestações contra Dilma.
É assim que os partidos de esquerda deveriam comparecer à solenidade de posse: com todos os seus membros presentes e se mantendo o mais próximos possível entre si (para serem vistos como um conjunto e não como gatos pingados). E, claro, adotando algo que os identificasse.
Qual? Proponho a cor preta nas vestes, pois quem souber o que realmente aquela festa macabra prenuncia, estará com a morte na alma. O luto é a melhor expressão de tal sentimento.
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