O clima no Senado anda cada vez mais tenso. A onda de denúncias afeta antigas relações de cumplicidade baseadas, sobretudo, na troca de favores. Depois de tantos anos de desmandos, muita gente de alguma forma se envolveu com práticas inadequadas, para dizer o mínimo, e sabe segredos valiosos.
Começa a se instalar um ambiente de salve-se quem puder. Senadores e funcionários vivem com os nervos à flor da pele. O vazamento de informações gera medo, traições, vinganças e contra-ataques.
Ao que tudo indica, as surpresas apenas começaram.
03.04.09
Paulo Delgado de prontidão
A cassação de Juvenil Alves abriu uma vaga na Câmara para o primeiro suplente, Silas Brasileiro (PMDB), atual secretário executivo do Ministério da Agricultura. Um acordo costurado nas últimas semanas, porém, pode deixar o mandato para o segundo da lista, o ex-deputado Paulo Delgado (PT).
Silas aceita ficar onde está, mas quer ter mais poderes no ministério comandado por Reinhold Stephanes. A ministra Dilma Rousseff vai decidir a questão.
02.04.2009
Dirceu contra Patrus
José Dirceu decidiu entrar na briga do PT em Minas Gerais. Vai apoiar o ex-prefeito Fernando Pimentel para o governo, contra a vontade do ministro Patrus Ananias, também interessado em suceder o tucano Aécio Neves.
Para ajudar Pimentel, Dirceu fez acordo com o deputado Virgílio Guimarães, antigo adversário nas disputas internas do partido. A Patrus restará o caminho do confronto. Tentará repetir o feito da de Luizianne Lins, eleita prefeita de Fortaleza à revelia da cúpula do PT.
01.04.2009
Uma estatal para o petróleo
A proposta de criação de uma estatal para cuidar do petróleo do pré-sal ganhou sobrevida. O líder do PSB na Câmara, Rodrigo Rollemberg, fez ao ao ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, um pedido formal para a criação de uma empresa do governo responsável pela exploração das grandes reservas.
Lobão defendeu a mesma proposta no ano passado, mas esbarrou na suspeita de que escondia ambições pessoais em relação à bilionária produção petrolífera brasileira.
A nova estatal defendida por Rollemberg atuaria em parceria com outras empresas, inclusive a Petrobras.
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