Chegamos ao final do mês de abril e, assim, um terço de 2013 já ficou para trás. Para muita gente, este começo de ano foi vitorioso e vai ficar marcado para sempre em suas vidas como aquele em que, finalmente, se tornaram servidores públicos. Para outros, no entanto, tudo acabou sendo uma terrível decepção. A tão desejada aprovação não aconteceu e todo o esforço despendido nos estudos ficou perdido. Mas quem pensa assim está errado, porque nada foi ou está perdido.
É neste ponto que quero tocar e me deter neste artigo, para evitar que a decepção por não ter sido aprovado resulte em uma desistência de continuar tentando e de estudar para novas seleções. Já escrevi antes que a vitória pertence aos que acreditam nela, e acreditam por mais tempo. Reforço agora esse argumento com outro que diz respeito exatamente ao momento que vivem os que ainda não sentiram o doce sabor da vitória: certas derrotas nos preparam para grandes vitórias. Estou convencido de que este pensamento encerra toda a verdade sobre a melhor maneira de encarar eventuais tropeços em nossa caminhada pela vida, como uma reprovação no concurso para o qual alguém tanto estudou.
Por isso, se esse é o seu caso, caro leitor, amigo e concurseiro, trate de adotar uma postura proativa imediatamente e esqueça o que ficou para trás. Menos é claro aquilo que você já armazenou, lá num cantinho bem secreto da sua mente. Como diziam os antigos, não adianta chorar sobre o leite derramado. Trate de recuperar as energias, enxugar as lágrimas, sacudir a poeira e voltar a estudar. Sem perda de tempo. Ontem, se for possível. Se for possível, não. É possível, sim. Escolha seu novo concurso e mergulhe de cabeça novamente naquele já conhecido mundo de aulas, mais aulas, exercícios, mais exercícios, resolução de provas, simulados e tudo mais que é preciso estudar para chegar à prova como um candidato real a uma vaga para os cargos em disputa.
Vagas para este ano
Basta pesquisar nos portais das entidades e órgãos que organizam os concursos e constatar que milhares de oportunidades estão abertas para os próximos meses. É só escolher e partir para o confronto. E uma coisa: pode ter certeza, se fizer o dever de casa direitinho, vai dar certo. Uma dessas vagas será sua. Basta olhar a oferta desse mercado de trabalho tão maravilhoso, tão bem remunerado e que não para de crescer. No início deste mês, por exemplo, o Correio Braziliense publicou uma pesquisa mostrando que mais de 28 mil vagas estavam abertas na administração pública, para os níveis médio e superior. Entre as oportunidades, estava o concurso do Ministério Público da União, cujas inscrições terminaram no último dia 9, com salários entre R$ 4.575,16 e R$ 7.506,55. Mas havia muito mais para escolher e até um salário de R$ 21,7 mil para juiz do trabalho de São Paulo.
Mas as boas notícias deste abril de 2013 não param por aí. Poucos dias depois da notícia acima, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal aprovou a criação de 7,6 mil cargos públicos federais de provimento efetivo, a serem preenchidos por concurso público. O projeto de lei da Câmara que altera o Plano Geral de Cargos do Executivo terá de passar pelo plenário do Senado, para depois ir à sanção presidencial. A maioria dos cargos é para as áreas de ciência e tecnologia, infraestrutura e regulação. Apesar de aumentar gastos públicos (o custo dos novos cargos será de R$ 480 milhões por ano), segundo o governo, as vagas são necessárias por conta da expansão das atividades e das aposentadorias de muitos servidores.
Como o projeto não foi alterado, irá ao plenário com requerimento solicitando votação em regime de urgência. O maior número de cargos, entre os 7,6 mil, é para a área de ciência e tecnologia: 3.594 vagas. Os cargos serão preenchidos por meio de concurso público e, conforme necessidade do governo, a partir de 2014. Os demais são para cargos de administrador, agente administrativo, economista, engenheiro e médico-veterinário, entre outros.
Mas isso é só o começo, porque o Orçamento de 2013 prevê a criação neste ano de 53,6 mil cargos no Poder Executivo, incluindo a substituição de terceirizados. Haverá o preenchimento de 49,3 mil vagas. Para os três poderes, a previsão é de criação de 61,9 mil cargos em 2013.
Gasto elevado
Sei que muitos discordam da criação desses cargos, alegando que são desnecessários e causam um gasto elevado demais aos cofres públicos. Discordo dessa opinião, pois o serviço público precisa manter uma boa estrutura de funcionamento para oferecer um trabalho de qualidade à população. E isso só pode ocorrer quando o concurso for a principal forma de seleção dos servidores que serão contratados para a prestação desses serviços, o que, evidentemente, tem um custo a ser pago pelo Estado. Exigir a prestação de serviços sem material humano capacitado é um contrassenso que constantemente vemos no noticiário da imprensa sobre esse assunto, analisando tal situação apenas sob o ponto de vista do aumento das despesas da administração pública.
Eis aí um quadro mais do que animador para quem se prepara ou vai começar a se preparar para os concursos que vêm por aí nos próximos meses. É preciso mais alguma coisa para que você se reanime e volte a enfrentar o desafio a partir de agora? Vai ficar aí parado ou vai encarar? Então lá vai. O recado é de um pensador da antiguidade grega, o historiador e geógrafo Políbio. Numa época em que o concurso público ainda não havia sido inventado, ele pregava:
“Alguns abandonam os seus objetivos justamente quando estão a ponto de atingi-los, enquanto outros, pelo contrário, conseguem a vitória esforçando-se com um último impulso antes de se renderem”.
Depois desta, só o que me resta é desejar a todos os concurseiros que me leem – e os que não leem também – um feliz cargo novo!
Textos de outros colunistas do Congresso em Foco
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