A maior vantagem de um veículo na internet é ser multimídia. Cabem todos os formados num site. É imprensa escrita, mas pode ser também rádio, televisão, etc. Se é assim, por que não seria possível haver, então, uma coluna musicada?
Assim, a partir de hoje (22), além dos textos sisudos (ou não tão sisudos assim) dos nossos demais colunistas, nós teremos os comentários musicais da Stolen Blues Boys Band. Esses músicos de New Orleans tiveram de abandonar o berço do jazz e a comida cajun depois do desastre do furacão Catrina. Abandonados pelo então presidente George W.Bush, eles ouviram falar de um país onde, “em se plantando, tudo dá”. Um país rico e generoso, de gente honesta e políticos bons. Assim, mudaram-se de mala e cuia para cá.
E, se tinham de vir para Brasília, então melhor era escolher logo a capital, a futurista cidade plantada no Planalto Central pelo traço de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer.
Passado algum tempo, depois de assistir a duas marchas contra a corrupção, com milhares de pessoas nas ruas, os músicos começaram a perceber que o Brasil que idealizavam não é assim, tão … cool, como eles dizem, quanto eles gostariam.
E, músicos que são, começaram a comentar o que viam da forma como sabem fazer: com blues. Antes de estrearem na coluna, os rapazes da Stolen Blues Boys Band já haviam demonstrado seu talento, com duas peças aqui no Congresso em Foco: o Blues da Jaqueline e Sweet Home Brasil . Na estreia como colunistas, a Stolen Blues Boys Band fala dos gastos milionários do governo com emendas orçamentárias e outras benesses, para as quais a necessidade de aprovação da DRU (Desvinculação das Receitas da União), que libera ao governo um percentual do orçamento para gastar como quiser, é vital.
Na guitarra e voz, Cleophus “Kicked Dog” Slim; baixo e voz, Tony “The Trouxa” McGee, bacteria e voz, “Robbed” Roy Harper, a Stolen Blues Boys Band, com Ninguém me apoia.
Ninguém me apoia (Nobody Knows You When You’re Down and Out)
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Eu quero gastar feito um milionário
Encher os bolsos dos correligionários
Construindo estádio e estrada pra minha fazenda
O orçamento sai melhor que a encomenda
Mas um dia a mamata acabou
A DRU expirou
E a lei me manda gastar com educação
Escola, hospital e habitação
Ninguém te apoia sem verba do orçamento
Essa é a regra do parlamento
A base aliada ameaça me deixar mal
E eu aprovo outra emenda individual
Ninguém me apoia
Sem verba do orçamento
Na próxima eleição
Quero ser presidento
Pra gastar à vontade a grana do orçamento.