Volto a escrever sobre as pesquisas do psiquiatra e amigo Augusto Cury a respeito da memória, que foi o tema do artigo da semana passada. E por que retorno ao assunto? Porque, ao me aprofundar na leitura do livro Revolucione sua qualidade de vida: navegando nas águas da emoção, encontrei tantas e tão preciosas lições, que não poderia deixar de compartilhar com meus alunos, leitores e amigos que se preparam para concursos públicos os segredos para vencer as dificuldades dos estudos trabalhando a emoção e a memória, como Cury nos ensina.
Por exemplo: vocês sabiam que a memória abre e fecha as janelas conforme os focos de tensão em que uma pessoa se encontra? É assim que funciona a nossa mente: pessoas brilhantes podem ofuscar o brilho da própria inteligência se não souberem transitar no labirinto das emoções. O controle desses mecanismos é a chave para o sucesso em qualquer atividade da vida, sobretudo para quem vai tentar superar milhares de concorrentes num concurso público.
Eis um fato que precisa ser sempre levado em consideração: engana-se quem pensa que tem acesso a todos os campos da memória. Cury garante que não somos livres para ler o que quisermos, na hora que quisermos. Se fosse assim, ele conclui, todas as pessoas que prestam concurso tirariam nota dez nas provas. A memória se abre por janelas. O grande desafio é ter tranquilidade e autoconfiança, para nos permitirmos abrir o maior número possível de janelas sobre um dado assunto, situação ou pessoa.
A famosa expressão “deu branco” quer dizer, nada mais, nada menos, que ocorreu o fechamento das janelas da memória por causa da sobrecarga de tensão. É por isso que a segurança com que encaramos situações estressantes, como um concurso público, é capaz de abrir as janelas da memória, ao passo que a insegurança as fecha.
Sei que muita gente já passou por dificuldades na hora de colocar no papel da prova tudo aquilo que aprendeu. Eu poderia citar inúmeros candidatos que fracassaram porque, no dia do concurso, o excesso de ansiedade travou-lhes a inteligência, fechando-lhes as janelas da memória e impedindo-os de recordar o que haviam estudado. Você, mesmo, que agora lê este artigo, pode já ter passado por situação semelhante. E muitos que viveram tal experiência só conseguiram superar o problema quando aprenderam a controlar a emoção e a deixar abertas as janelas da memória no momento do grande teste. Estes são os concurseiros bem-sucedidos, hoje felizes servidores do Executivo, do Legislativo ou do Judiciário, depois de terem vencido os desafios impostos pelas bancas examinadoras.
De acordo com as conclusões de Augusto Cury, o medo de falhar conduz à falha; o medo do fracasso acelera o fracasso. A afirmação tem lógica. A emoção é a grande libertadora ou a grande vilã da inteligência. Quem consegue usá-la para superar medos e tensões deixa a memória livre para armazenar e acessar tudo o que é preciso recordar na hora da prova. A tática funciona mesmo. Faça o teste: ponha em prática esse ensinamento no próximo concurso a que se submeter e depois me conte o resultado.
Homens inteligentes usam seus fracassos para lapidar as próprias emoções. Quando as pessoas passam pelo caos da depressão, da ansiedade, das perdas, dos fracassos, e os superam, tornam-se mais ricas, belas e experientes. O êxito delas reside na capacidade de não desistir dos sonhos. Não é à toa que Sir Winston Churchill, líder britânico na Segunda Guerra Mundial, disse, a respeito do assunto: “O sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo”.
Churchill sabia do que estava falando, porque experimentou muitas derrotas antes de vencer o inimigo que queria arrasar o seu país. Assim como eu, ele sabia que, quando os sonhos se tornam uma meta, disciplinam o caráter e transformam a passividade em garra. Essa é uma lição que todo concurseiro deve ter como regra de vida. Ela é fundamental para o sucesso.
Para encerrar nossa conversa semanal, quero alertar quem acha que não precisa estudar mais do que já tem estudado, quem pensa que já atingiu o limite. Ao contrário, é hora de ir além de todo e qualquer marco estabelecido como limite, é hora de buscar energias no mais íntimo do seu ser e estudar ainda mais. O bom concurseiro faz tudo que for necessário; o excelente concurseiro faz mais do que precisa. O bom concurseiro corrige erros; o excelente concurseiro previne-os. O bom concurseiro estuda até aprender as matérias; o excelente concurseiro não para de estudar mesmo quando já tiver aprendido todo o conteúdo. O bom concurseiro resolve problemas; o excelente concurseiro é criativo e encontra soluções antes de eles surgirem.
Espero que todos vocês sejam não apenas bons, mas excelentes concurseiros. Desse modo, e seguindo o que acabaram de ler sobre o domínio da memória e das emoções, chegarão ao sucesso mais rapidamente e logo ocuparão o seu feliz cargo novo.