Fim da internet neutra nos EUA gera receio mundial
A revogação nos Estados Unidos de leis que protegiam o princípio da neutralidade da internet está gerando protestos e receios de que a medida possa provocar aumento de “fake news”. A legislação foi aprovada no governo de Barack Obama, há três anos, e protegia clientes, impedindo provedores de distinguir entre pacotes de dados, dando um acesso mais rápido a um serviço em detrimento de outro, ou ainda bloqueando sites.
As reações contrárias vão de consumidores ao Vale do Silício e todos se preparam para turbulências. Há temores de que a decisão do governo Trump possa aprofundar a polarização ideológica e abrir precedente para outros países. “Enquanto o mundo caminha para defender a neutralidade da rede, os Estados Unidos vão na contramão”, afirma Joacim Tag, do Instituto de Economia Industrial, em Estocolmo.
No Brasil, a neutralidade da rede foi estipulada em 2014, com a aprovação do marco civil da internet, que proíbe operadoras de venderem pacotes diferenciados com WhatsApp ou Facebook grátis. O princípio da neutralidade visa a impedir que a internet seja vendida em “partes”.
PublicidadeA medida do governo Trump vai acirrar ainda mais a polêmica em torno das notícias falsas em todo o mundo. No Brasil, que terá eleições gerais em outubro, a discussão promete ser intensa. Segundo o pesquisador da neutralidade da rede na Universidade de Nova York, Nicholas Economides, com o fim da internet neutra “vamos ver um quadro distorcido no lugar do que vemos agora”.
Trump promete anunciar prêmios para mídias “mais desonestas e corruptas”
O ano mal começou e o presidente norte-americano Donald Trump está envolvido em mais polémicas com a mídia. Pelo Twitter, ele prometeu que na segunda-feira (8/01) vai anunciar os prêmios para as mídias mais desonestas e corruptas. O aviso veio com a provocação: “os temas abordarão várias categorias da desonestidade e negatividade da mídia Fake news. Fiquem atentos!” Ele continua criticando o que classifica como matérias imprecisas e falsas das principais agências de mídia tradicional.
Também pelo Twitter, Trump entrou o ano protagonizando mais uma disputa com seu arqui-inimigo Kim Jong-um. O líder norte-coreano disse que o botão nuclear está sob sua mesa o tempo todo. Em resposta no Twitter, Trump devolveu: “Alguém desse regime debilitado e faminto pode avisar a ele que eu também tenho um botão, mas que o meu é muito maior e poderoso, e que o meu funciona?”.
A chegada de 2018 na charge do Globo