Mais alguns dias, e 2014 terá sido apenas outro ano que passou em nossa vida, assim como um rio, no famoso samba de Paulinho da Viola em homenagem à Portela, sua amada escola de samba. Para a maioria das pessoas, fim de ano é momento de reflexão, e é nesse contexto que muitos concurseiros que ainda não conquistaram a tão sonhada vaga no serviço público costumam fazer a si mesmos duas perguntas: primeiro, se valeu a pena estudar e, segundo, se vale a pena continuar estudando. É natural que essas dúvidas surjam quando temos um objetivo que não foi, ainda, alcançado, apesar de termos dedicado a ele tanto esforço. Compreensivelmente, os candidatos nessa situação ficam com a confiança abalada e são acometidos pelo desânimo ao se verem diante de nova empreitada.
Mas é em momentos como esse que você, cara concurseira e caro concurseiro que vive tal situação, precisa reagir e encarar com disposição redobrada e otimismo renovado os novos desafios que chegarão com o ano novo. E olha que não serão poucos. Isso significa que as chances vão se multiplicar, e é aquele que estiver mais bem preparado e tiver conseguido manter o foco que vai se sagrar vencedor, encontrando o próprio nome em alguma ou algumas listas de aprovados.
Não tomem essas considerações como meras palavras de motivação, voltadas simplesmente a estimular vocês na retomada dos estudos tão logo se recuperem do esforço realizado e da decepção sofrida em 2014. O momento é de pausa para recuperar as forças, graças à energia propiciada pelas festas de fim de ano. Entendo perfeitamente que essa pausa é justa e necessária. Mas saiba que também é importante desde logo planejar o que fazer a partir de janeiro, quando a vida volta ao normal. A rotina precisa ser retomada o quanto antes.
Oportunidades não faltarão no próximo ano. E quem estiver mesmo disposto a conquistar sua vaga em 2015 pode começar a se organizar para entrar firme já a partir de janeiro na preparação para o concurso escolhido. Meu conselho se baseia em dados, fatos e números, disponíveis para qualquer um que queira pesquisá-los. Por exemplo: consta do projeto de lei do orçamento anual que o governo federal enviou ao Congresso a previsão de 28.957 novas vagas nos quadros do Executivo, assim como a informação de que há 41.244 cargos vagos a serem preenchidos. Ou seja, são, no total, 70.201 postos de trabalho que podem ser ocupados por candidatos aprovados em concursos públicos, conforme determina a Constituição Federal.
Mesmo ao se considerar que houve certa redução nesses números, numa comparação entre 2014 e 2015, é possível prever que não faltarão concursos para atender à demanda de inúmeros órgãos e entidades, que precisam de novos servidores para ocupar os cargos vagos e manter a máquina em funcionamento. Assim, mesmo com um possível arrocho na economia, como se espera da futura equipe econômica da presidenta da República, os concursos não deixarão de ser realizados. Já se sabe que a prioridade do governo federal será para as áreas de saúde, educação, segurança e infraestrutura, de acordo com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
Se essa é uma boa notícia, as perspectivas melhoram ainda mais quando se constata que serão abertas também milhares de vagas para concursos públicos nos estados e nos municípios. Os certames regionais elevam as estimativas para 150 mil postos de trabalho a serem oferecidos em todo o país, no serviço público, no próximo ano, de acordo com estimativas da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac). Na esfera federal, o déficit estimado pela associação é de 10 mil servidores só no INSS e de 3 mil postos de trabalho na Polícia Federal. É óbvio que essas instituições não poderão deixar de realizar concursos, sob pena de terem as atividades seriamente prejudicadas. Nesse contexto, o INSS pediu ao MPOG o preenchimento de 4.730 vagas, 2 mil delas para o cargo de técnico de seguro social, 1.580 para o cargo de analista de seguro social e 1.150 para o de médico perito.
Em minha avaliação, a julgar pelo histórico das seleções anteriores, o concurso dos Correios, se for realizado no próximo ano, será o mais concorrido de todos, seguido pelo da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pelo do INSS. Lembrem-se de que o último concurso para os Correios, em 2011, teve nada menos do que 1,1 milhão de candidatos para pouco mais de 9 mil vagas. Trata-se de concorrência assombrosa, que deverá se repetir no próximo certame, se for confirmado em 2015, como espera o mundo dos concursos. E essa enorme procura tem uma explicação: além de boa remuneração, os Correios oferecem aos empregados uma série de benefícios muito valiosos para eles e suas famílias. Outra boa opção que, sem dúvida alguma, será das mais concorridas, é o concurso da PRF, que abrirá 1,3 mil vagas para policial rodoviário federal e já tem autorização prevista no orçamento de 2015.
A relação dos concursos previstos para 2015 reserva muitas outras boas notícias para os nossos concurseiros. Algumas seleções ainda não têm edital pronto, mas começarão a publicá-los logo no início do ano. Será o caso, por exemplo, da Abin, da Anac, da Anvisa, do Banco Central, do BNDES, do DNIT, do Depen, da Infraero, do Ministério do Trabalho e Emprego, do STJ e do TCU. E mais: no Distrito Federal, deverá haver concursos para o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar, a Polícia Civil, a Sesipe (Subsecretaria do Sistema Penitenciário) e o TJDFT. Para quem está à espera de um bom concurso na área do Direito, já está na praça o edital para preencher 58 vagas na Defensoria Pública Federal de Segunda Categoria, cujas inscrições terminam nesta terça-feira, dia 9. O salário é convidativo: R$ 16.487, 37. Quem se habilita?
Se você é um dos candidatos certos de que 2015 será o seu ano de felicidade, com a aprovação em um concurso público, tenho uma recomendação que considero fundamental: não espere o edital sair para começar a estudar. Esse é um erro que pode custar uma grande decepção. Quando o edital ainda não saiu, mas já se sabe que o concurso vai ser realizado, a melhor estratégia é se basear no edital do certame anterior. Normalmente, as mudanças são poucas: algo entre 10% e 20% apenas. Logo, é possível estudar e adiantar bastante a caminhada, sobretudo em relação às matérias básicas. Além do mais, quando o edital sair, o candidato que já estiver estudando levará vantagem sobre quem ainda vai começar a preparação. Essa pode ser a diferença que garantirá a vaga daquele que tiver se preparado melhor e com mais antecedência. É esse concurseiro determinado, focado e persistente que, em 2015, vai mudar sua vida, como titular do seu
FELIZ CARGO NOVO!