Na última terça-feira (5), comemoramos o Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia. A data surgiu em 1972, na Conferência das Nações Unidas, abrindo discussões sobre a poluição do ar, do solo e da água; desmatamento; diminuição da biodiversidade e da água potável ao consumo humano; destruição da camada de ozônio; destruição das espécies vegetais e das florestas; extinção de animais, dentre outros temas relevantes.
A questão ambiental está no centro do meu mandato. Como vice-presidente da Comissão do Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, tenho mantido contato com as principais instituições governamentais e do Terceiro Setor no país, buscando com eles a melhor cooperação possível, discutindo teses, procurando corrigir rumos, buscando aprimorar os canais de debate.
Fui autora do substitutivo ao Projeto de Lei 195/2011, que regulamenta o sistema nacional de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação, Conservação, Manejo Florestal Sustentável, Manutenção e Aumento dos Estoques de Carbono Florestal, o chamado REDD+, acolhido em todas as discussões internacionais sobre o meio ambiente.
Nada disso, porém, tem para mim mais importância que a ajuda ao caboclo, diante de um momento crucial como o que estamos vivendo na Amazônia, que é a cheia recorde.
Em momentos assim, quando a natureza se manifesta com toda força, quebrando paradigmas e desafiando medidas preventivas, salta aos olhos o risco de distorção no foco do trabalho de defesa do meio ambiente em nossos dias.
A Amazônia tem, no estado do Amazonas, 98% de suas matas e biodiversidade preservadas. Tal milagre da preservação não seria possível se não fossem as figuras humanas que estão na gênese da formação de nosso povo.
Primeiro, veio o índio que, segundo o Frei José de Carvajal, autor da Certidão de Nascimento da Amazônia, com suas anotações de escrivão do descobridor Francisco Orellana, avistou cercados onde esses ancestrais criavam aves e quelônios para alimentação. Muito antes dos estudos científicos que apontam esse caminho, um exemplo claro de busca da sustentabilidade. E o índio desmente o mito de que a terra na Amazônia é totalmente improdutiva porque suas aldeias estão sempre localizadas em terreno fértil.
PublicidadeDepois veio o caboclo, mistura de branco e índio, mestiço que sabe como ninguém viver da caça e da pesca, embora sem os grandes arrastões profissionais e distante dos modernos rifles de repetição.
É o caboclo que, neste momento de festa, está precisando de socorro por causa da enchente. Qual a ajuda internacional que recebemos? Qual país desenvolvido esboçou qualquer tipo de solidariedade que correspondesse, minimamente, à importância atribuída à Floresta Amazônica no contexto ambiental do Planeta?
Vamos para a Rio + 20 em busca de maneiras de preservar nosso patrimônio ambiental, com ideias como a do Redd + e pelo comprometimento dos governos com a luta preservacionista. Lutaremos sob o comando da Presidenta Dilma Rousseff, que tanto tem se empenhado pelo sucesso da conferência.
Mas vamos, sobretudo, em nome de nossos índios e nossos caboclos, que são os verdadeiros heróis da defesa ambiental em nosso patrimônio mais importante, que é a Floresta Amazônica.