Sabe o que poucos dizem, infelizmente, neste episódio de alianças, almoços às escondidas (Alckmin/PSDB e Costa Neto/PR) ou fotos em jardins (Lula/PT e Maluf/PP)? É o fato de, há 24 anos já, pesados recursos públicos em tempo de TV e Fundo Partidário irem aos partidos sem que se exijam contrapartidas de responsabilidade.
Ainda temos inúmeros partidos com centenas de diretórios municipais provisórios que servem apenas para viabilizar decisões de caciques e, neste sistema, centralizar os recursos públicos em poucos atores, que os utilizam como seu próprio capital político.
A verdade é que Maluf hoje, e há muito, é dono de um minuto e meio de TV e o empresta para quem ele decidir, sozinho, sem ouvir militantes ou legitimar democraticamente. E sobre isso, quase ninguém fala.
Os recursos de Fundo Partidário e o tempo de televisão são públicos, mas todos os partidos estão abusando de decisões construídas com pouca participação dos militantes ou da sociedade. Dessa forma, jogamos contra o financiamento público das campanhas e entregamos o sistema aos interesses privados, de caciques nas escolhas de chapa e de empresários nos recursos de campanha.
Há um campo imenso, para semearmos um debate que busque a razão de sociedade nisso! A discussão pública pode estar aí e, certamente, trará melhores resultados do que a polêmica de espetáculo, sobre quem é melhor ou pior, do tipo que só serve para manchetes e debates de ocasião.