Elza Fiúza/ABr
Lúcio Lambranho e Eduardo Militão
Em sua estréia nas eleições municipais depois que deixou para trás a marca do PFL, o DEM saiu na frente em relação aos adversários em um quesito: a arrecadação de recursos para a campanha de seus candidatos. Os nove deputados do partido que concorrerão à prefeitura em outubro já arrecadaram pelo menos R$ 1,67 milhão, um quarto dos R$ 6,7 milhões declarados pelos 86 deputados e senadores candidatos.
Dos quatro parlamentares que mais receberam dinheiro até agora, três são do DEM: Onyx Lorenzoni (RS), em Porto Alegre, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), em Salvador – primeiro e segundo colocados em arrecadação entre seus colegas –, e Solange Amaral (RJ), no Rio, que tem a quarta campanha com mais recursos. Juntos, apenas esses três receberam 22% (R$ 1,55 milhão) de tudo o que 82 deputados e quatro senadores candidatos conseguiram até o momento.
Além disso, considerando-se todas as campanhas em curso no país, a mais rica até agora é a do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), que já levantou R$ 2,64 milhões e gastou R$ 1,66 milhão.
Os dados fazem parte da primeira prestação de contas entregue pelos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até o último dia 6. De acordo com levantamento feito pelo Congresso em Foco até o último dia 22, os parlamentares que concorrem ao cargo de prefeito estão em primeiro lugar na arrecadação de dinheiro para campanha em 20 (33%) das 59 cidades em que disputam.
O valor declarado pelos parlamentares representa 30% dos R$ 22 milhões arrecadados por todos os 280 concorrentes às prefeituras. Os números, porém, podem ser mudados, segundo o próprio TSE, pois algumas declarações ainda estão em processamento.
A DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS
Fonte: Congresso em Foco, com base em dados do TSE
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Quanto os parlamentares candidatos arrecadaram
As cidades onde os parlamentares são líderes em arrecadação
A distribuição dos recursos por partido
Classificação dos parlamentares e de seus concorrentes
Prefeitos em vantagem
Mas, independentemente disso, uma coisa é certa: mesmo com influência política e projeção local nos estados de origem, deputados e senadores não demonstraram ainda o mesmo desempenho financeiro que os 20 prefeitos candidatos à reeleição, como revelou o Congresso em Foco (leia mais). Treze deles conseguiram mais receita do que os concorrentes, segundo os dados registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Além disso, na média de arrecadação, os parlamentares ficaram com um valor somente um pouco acima do que seus concorrentes. Os congressistas conseguiram, em média, R$ 90 mil, enquanto seus adversários declararam, na primeira parcial da prestação de contas ao TSE, ter levantado R$ 81 mil.
Novamente, a média dos prefeitos que pretendem permanecer mais quatro anos no poder é bem superior à dos parlamentares. Em média, os 20 prefeitos candidatos arrecadaram R$ 355,9 mil e os outros 142 concorrentes, R$ 81,3 mil.
Outros partidos
Com 14 parlamentares candidatos, o PMDB é o segundo partido em arrecadação. Apesar de terem cinco congressistas candidatos a mais que o DEM, os peemedebistas arrecadaram R$ 1,3 milhão. Com a declaração de gastos de R$ 856 mil, o saldo também é um pouco menor do que o dos democratas: R$ 458 mil.
Mas a média de receita entre os dois partidos dá uma medida mais exata da dianteira do DEM sobre o PMDB. Os nove candidatos do DEM têm uma média de R$ 186 mil contra 93 mil dos peemedebistas.
Os deputados candidatos pelo partido do presidente Lula aparecem na terceira colocação entre os que mais arrecadaram até o momento. Os 14 petistas declararam ao TSE ter arrecadado R$ 9,73 milhões. Mas, na média de arrecadação, a legenda é apenas a sétima. Cada parlamentar do PT levantou até agora R$ 69,5 mil na busca por uma prefeitura.
Usando essa mesma média como comparação, o DEM não perde para nenhum outro partido. É seguido apenas de perto pelo PRB, com apenas um candidato, e média de R$ 167 mil. Na última colocação está o PP, cujos cinco parlamentares que pretendem ser prefeitos arrecadaram, em média, apenas R$ 8 mil até agora. Paulo Maluf (PP-SP), que tenta voltar ao comando da capital paulista, declarou ter arrecadado apenas R$ 1.884,62. Mas o deputado não tem motivo para se preocupar. Afinal, os gastos apontados por ele não passaram de R$ 184,62.
Sem registro
Até a conclusão deste levantamento, não constava a prestação de contas dos dois deputados candidatos a prefeito pelo PSC – Carlos Eduardo Cadoca (PE), em Recife, e Filipe Pereira (RJ), no Rio. Também não havia registro de outros três parlamentares que concorrem a prefeito. No caso de João Bittar (DEM-MG), candidato em Belo Horizonte, Nilmar Ruiz (DEM-TO), candidata em Palmas, e Edigar Mão Branca (PV-BA), candidato em Itapetinga, aparecia zero no espaço destinado ao
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