Sérgio da Luz Belsito*
A última edição da revista Por Sinal, do Sindicato dos Funcionários do Banco Central, revela em reportagem que os maiores bancos privados que atuam no Brasil nem sempre são transparentes no compromisso com a sustentabilidade ambiental. Quando se trata de liberar créditos vultosos, os bancos fecham os olhos para madeireiras ou para finalidades de forte impacto ambiental. A conclusão é extraída de uma pesquisa do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (GVCes).
Outro trabalho apurado pela revista, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), destaca que a preocupação com a saúde do planeta é uma questão mais de propaganda para as instituições financeiras do que um compromisso moral.
O paradoxo chegou ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), que definiu novas normas para estimular as empresas a adotarem práticas sustentáveis verdadeiras por meio da publicidade consciente. O objetivo é reduzir o espaço para a banalização da sustentabilidade e impedir que o tema possa confundir os consumidores.
Além de condenar todo e qualquer anúncio que estimule o desrespeito ao meio ambiente, o Código recomenda que a propaganda que cite a sustentabilidade contenha apenas informações ambientais passíveis de verificação e comprovação.
Apesar das novas regras do Conar para coibir o greenwashing, em que o discurso da sustentabilidade não tem correspondência em práticas sustentáveis, não há sinais de mudança nos comerciais ou nos portais dos bancos na internet.
*Presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central
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