Expedito Filho, de Nova York |
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A nova aparição de Bin Laden vem confirmar o que já se sabia desde o início do ano. A Al Qaeda, organização terrorista que tem em Bin Lader seu principal mentor, restringiu suas ações ao Oriente Médio e Europa. Como previam fontes do Pentágono, os terroristas da Al Qaeda não têm a mesma mobilidade que tinham antes do atentado de 11 de setembro para agir em território americano, mas Bin Laden voltou a atuar como o comandante-em-chefe de sua organização criminosa. Em um fita de mais de uma hora de gravação, divulgada por um site islâmico, o líder da organização, que funciona a partir de células autônomas, exortou seus seguidores a concentrarem suas ações no petróleo, em particular no Iraque e no Golfo. Uma outra gravação, também atribuída ao terrorista, conclama seus seguidores a atacarem o consulado americano em Jejah. Se forem autênticas, como parecem , as duas gravações do líder extremista revelam ainda que, passada a eleição americana, ele voltou a exercer o papel de profeta do terror, indicando para células da Al Qaeda as novas linhas de ação. Apesar do cerco americano, Bin Laden voltou ao comando da organização, ainda que de forma fantasmagórica. Na verdade, ele nunca deixou de ser uma ameaça, mas andava com seu espaço de ação reduzido. As células criminosas, inspiradas em Bin Laden, agiam de forma caótica, sem uma estratégia definida.Com as recentes aparições, Bin Laden quer redefinir os rumos para a Al Qaeda. A reaparição do espectro fundamentalista não foi suficiente para fazer com que o governo americano aumentasse o nível do alerta contra o terrorismo. Talvez porque o ano eleitoral já tenha ficado no retrovisor, mas principalmente porque a Al Qaeda perdeu sua capacidade de ação dentro dos Estados Unidos. Apesar disso, não se pode subestimar a capacidade de destruição da rede criminosa. O terror continua assustador, ainda mais agora, no momento em que Bin Laden volta à cena. E o espectro do terror não pode ser subestimado. |