Newton Lima*
O Brasil acaba de vencer mais uma prova de sua nova realidade. O Enem 2011 (Exame Nacional do Ensino Médio) aconteceu sem maiores problemas; pelo contrário, tudo ocorreu com grande tranquilidade e harmonia. Isso mostra um amadurecimento do Ministério da Educação, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e de nossos estudantes e professores.
Os números do Enem são muito interessantes e mostram uma nova realidade do Brasil. A prova contou com 5.367.092 inscritos e teve uma abstenção de 26,4%, menor que a do ano passado, que foi de 28%.
Nada menos que 70,8% dos inscritos, ou 3.798.874 alunos, foram isentos do pagamento da taxa de R$ 35,00. Entre os estudantes matriculados no último ano do Ensino Médio, 1.224.157 são de escolas públicas e 276.465 de instituição particulares.
Os números revelam algumas especificidades: 33.328 são estudantes que disseram guardar os dias de sábado por motivos religiosos e fizeram provas em horários especiais. Outros 11.606 alunos pediram salas com acesso facilitado e 842 solicitaram exames em hospitais.
As inscrições foram maiores na região Sudeste, com 1.971.958 alunos; em seguida, veio o Nordeste, com 1.692.830 inscritos; o Sul com 667.581; o Norte com 552.511, e o Centro-Oeste com 481.900.
Todos esses números mostram a pujança do Enem, mas o que nos dá satisfação é que a maior discussão na mídia dos dias seguintes às provas foi a pertinência e atualidade do tema da redação: “Viver em rede no século 21: limites entre o público e o privado”. No ano passado, o tema havia sido sobre o trabalho e a atividade humana; em 2009, corrupção na política; e em 2008, Floresta Amazônica.
Quando uma prova que reúne aproximadamente quatro milhões de estudantes termina com apenas três alunos expulsos por uso de equipamentos eletrônicos e com a mídia discutindo o tema da redação, é um sinal de que chegamos à maturidade do exame e que os organizadores, MEC e INEP, estão de parabéns. Em especial ao ministro da Educação, Fernando Haddad, que teve a sabedoria de não se deixar abater por críticas apressadas e mesquinhas e seguiu adiante na consecução de um instrumento fundamental para o aprimoramento do ensino no Brasil.
*Deputado federal (PT-SP), doutor em engenharia química, ex-reitor da UFISCAR e ex-prefeito de São Carlos