“Julgando” para a torcida

Heitor Peixoto*

Luzes, câmeras, mensalão. Vai começar o maior espetáculo da terra tupiniquim, que promete fazer bombar a audiência da TV Justiça. Acompanhe tudo de graça, embora em pay-per-view, já que, sete anos depois, é “pagar para ver”. Se bem que, a julgar pelo protagonismo do STF dentro da vida política nacional nos últimos anos, espera-se um belo trabalho dos ilustres ministros.

Voltando às vacas (mais) quentes: sem ter mais o que dizer, ou preferindo ficar calado mesmo, o Demóstenes transformou seu blog em coisa de cinema (literalmente), como muito bem mostrou Fábio Góis, aqui mesmo, no Congresso em Foco.

Tragicômico ver os títulos dos filmes ali comentados: o primeiro foi Fantasia (ironicamente estrelado por um rato). Dali, passou-se para As vinhas da ira, chegando em Psicose (easy, Demóstenes!).

Dentre os últimos resenhados, quase podemos detectar a história recente de Demóstenes, começando por Os bons companheiros, seguindo por O delator e terminando em “Um sonho de liberdade”. Sim. Estão todos lá, no blog do futuro ex-senador (ou não).

Passando para o gênero terror B, os mais antigos sentem até calafrios ao ouvirem falar de pacote, lembrando dos desastrosos pacotes lançados em profusão para dar jeito na economia de outros tempos. E que tal os pacotinhos de dinheiro para a compra da mansão? Coisinha à toa! Qualquer conjunto de caixas comportaria. Começando pela caixa 1, depois caixa 2… e por aí vai.

E o PSD? Segundo o noticiário, usará o horário de TV para dizer que não é governo nem oposição. Teria razão o deputado federal Newton Cardoso (PMDB-MG)? Em certa visita às alterosas, quando o tal partido do Kassab ainda juntava assinaturas por aí, soltou a pérola: “Um partido que não é de situação, nem de oposição… não é de nada”.

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E começou a temporada de multas por propaganda eleitoral antecipada. Serão muitas até o início de direito (porque o início de fato já “se iniciou”…).  Na cabeça de vários políticos, o custo-benefício “justifica”. No fim, a transgressão compensa. O cheque, também.

Enquanto isso, em São Paulo, Marta foge do beija-mão, e ganha aplausos tucanos. Em BH, PT e PSDB cobiçam o PSB, mas tudo pode terminar em beijo triplo, pelo menos até 2014. No Rio, Lula abençoa Eduardo Paes, Cabral Filho, e no Espírito Santo… amém ao PMDB. Tudo em nome da coalizão, e em colisão com a petista preterida, Iriny Lopes.

As emoções eleitorais e eleitoreiras estão só começando. E eu, para acompanhar tudo, já estou terminando.

*É repórter da TV Assembleia, de Minas Gerais. Formou-se em Jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH) em 2003. Desde os tempos de faculdade, sempre nutriu a paixão e o interesse pelo universo da política, que o levaram a ser blogueiro, jornalista do Legislativo mineiro e colaborador do Congresso em Foco. Twitter: @heitor_peixoto