Em depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef afirmou que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu tinha conhecimento de que os recursos pagos por empreiteiras por desvios na Petrobras eram repassados ao PT. Dirceu e o também ex-ministro Antonio Palocci foram apontados por ele como contato do lobista Júlio Camargo, outro delator do esquema, que contou ter feito pagamentos de propina a altos funcionários da estatal em troca de contratos na empresa.
As informações são dos sites da Folha de S. Paulo e do jornal O Estado de S. Paulo. Segundo o doleiro, José Dirceu aparecia no registro da contabilidade de propina com a rubrica “Bob”, supostamente em referência ao apelido de um ex-assessor do ex-ministro. “Júlio Camargo possuía ligações com o Partido dos Trabalhadores, notadamente com José Dirceu e Antonio Palocci”, contou Youssef. De acordo com ele, Dirceu voava com frequência no jatinho de Camargo.
O doleiro disse que empresas de seu controle no exterior recebiam remessas de dinheiro feitas por Júlio Camargo. Os recursos depois voltavam ao Brasil para serem redistribuídos em escritórios de Camargo, descontada a propina destinada a ele e funcionários da Petrobras. Os advogados de Dirceu e Palocci não se pronunciaram sobre o assunto.
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