O senador Wellington Salgado (PMDB-MG), um dos principais aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), apresentou há pouco um voto em separado (veja a íntegra) no Conselho de Ética.
Ele afirmou que os relatores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS) cometeram diversos erros ao interpretar a perícia da Polícia Federal. Ponto a ponto, Salgado tentou rebater as afirmações dos relatores para concluir que não há provas suficientes para comprovar que Renan tenha quebrado o decoro parlamentar e insinuou que tenha havido quebra de decoro por parte dos relatores.
“Para mim, o relacionamento de amizade entre um senador da República e um funcionário de uma empreiteira não é crime. E não foram apresentadas provas de que essa amizade tenha acarretado em quebra de decoro”, argumentou Salgado, ao comentar a denúncia de que Renan teria usado dinheiro do lobista Cláudio Gontijo, funcionário da empreiteira Mendes Júnior, para pagar a pensão alimentícia à sua filha com a jornalista Mônica Veloso.
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“É preciso que se prove que esse relacionamento gerou proveitos à empreiteira. Não se provou que a Mendes Júnior tenha tirado qualquer proveito dessa amizade nem que o dinheiro usado para pagar a pensão não era de Renan”, completou o senador, argumentando que nenhuma emenda individual foi apresentada pelo presidente do Senado para beneficiar a empreiteira.
O peemedebista também acrescentou que, ”ao contrário do afirmado no voto dos relatores, o laudo da Polícia Federal não conclui que o representado [senador Renan Calheiros] não tinha recursos suficientes para pagar a pensão”. “A conclusão dos relatores desconsidera que, no ano de 2005, houve um empréstimo com a empresa Costa Dourada, deixando saldo positivo na declaração de bens”, acrescentou.
Wellington Salgado também destacou que, entre 2002 e 2006, os contratos com os empregados das fazendas de Renan estavam sendo declarados como espólio do pai do senador.
“Todos os documentos solicitados pelos peritos foram prontamente entregues pelo representado. Os peritos não registraram qualquer resistência do representado em entregar os documentos, o que desautoriza a conclusão dos relatores de que ouve mentiras e omissões”, disse.
Para sensibilizar os senadores, Salgado disse que Renan "foi eleito com quase 80% dos votos válidos de Alagoas". "Não estamos hoje a deliberar por questão de natureza administrativa. O ato de julgar com seriedade é incompatível com paixões", disse Wellington Salgado. (Soraia Costa)
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