O ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia, confirmou hoje a indicação da Comissão de Ética Pública da Presidência da República de que o professor Roberto Mangabeira Unger terá que desistir de sua relação com a Brasil Telecom para assumir o cargo de ministro da Secretaria de Planejamento Estratégico – novo nome da ainda não criada Secretaria Especial de Ações de Longo Prazo (Sealopra).
A comissão analisou, a pedido de Mangabeira, a possibilidade de ele acumular a função de ministro com a de trustee (espécie de procurador) da empresa, conforme ele aventou em carta enviada à Justiça norte-americana no último dia 23 de maio.
"Qualquer cidadão brasileiro para ocupar o cargo de ministro tem que cumprir aquelas determinações da Comissão de Ética e uma delas é não ter nenhuma ação representativa em conselho de administração ou ser sócio-gerente de nenhuma empresa por menor que seja, mesmo familiar", disse Mares Guia.
Desde a indicação para a secretaria, Mangabeira se transformou em uma fonte de saias-justas para o governo. Logo depois de ser anunciado ministro – numa tentativa do presidente Lula de agradar o vice-presidente José Alencar, que é do mesmo partido do professor, o PRB – surgiram referências às críticas que Mangabeira fez à Lula durante o primeiro mandato, quando chegou a defender o seu impeachment.
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Em seguida veio a público um processo do professor contra a Brasil Telecom pedindo o pagamento de honorários atrasados. Na época, Walfrido Mares Guia disse que ele teria que desistir da ação caso quisesse assumir o ministério. A Brasil Telecom é gerida pelo Citibank e pelos fundos de pensão Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal).
No início de junho, Mangabeira enviou uma carta a Lula dizendo que todos os seus vínculos com a BrT foram superados ou estavam "em vias de superação imediata". Sua possei, que estava a princípio marcada para esta sexta-feira (15), deverá se realizar na próxima terça-feira. (Carol Ferrare)
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