Daniela Lima
Convencidos de que o colapso do sistema capitalista chegou ao auge com a crise econômica mundial e os efeitos do aquecimento global, os dirigentes do Partido Verde (PV) vislumbram, nesse cenário, a maior possibilidade de crescimento da legenda desde a sua fundação. O partido já desenvolveu até plataforma para 2010: a cada voto no PV uma árvore para você.
A mensagem foi divulgada durante a convenção nacional do partido em Brasília, na última sexta-feira. “Se o Gabeira (deputado federal Fernando Gabeira, que pertence à legenda) tiver 2,5 milhões de votos para governador no Rio de Janeiro, o eleitor vai saber que terá 2,5 milhões de árvores plantadas naquele estado”, exemplificou um dos dirigentes do PV.
As esperanças, entre os integrantes da legenda, de que o PV consiga se consolidar como um dos grandes partidos da política nacional é grande. “O nosso crescimento é inexorável. A política é feita de utopias, e a proposta mais afinada com a utopia dos novos tempos é a nossa”, pregou o presidente do PV, José Luiz de França Penna.
O próprio Penna admite que a bandeira ecológica, que antes era interpretada como uma coisa quase lúdica, hoje faz mais sentido e ganhou um ar mais sério. “Essa ótica exótica, quase folclórica, sobre o PV, foi uma coisa que os mais conservadores fizeram questão de divulgar no início. Mas hoje temos uma possibilidade pequena, mas real, de divulgar os nossos ideais”, sustentou.
O presidente do partido admite que o partido ganhou mais relevância por conta de nomes que ingressaram na legenda e acabaram tornando-se maiores do que ela, como o do deputado Fernando Gabeira (RJ), por exemplo. “Isso é verdade. O Gabeira hoje é um personagem importante para a política brasileira e por ser do Partido Verde, nos dá crédito”, concluiu Penna. Em tempo: o deputado Gabeira não participou das atividades durante a convenção nacional, mas foi reeleito como membro da Executiva da legenda.
Aspirações para 2010
Gabeira é uma das maiores apostas do partido para 2010. Ele, que concorreu em 2008 à Prefeitura do Rio de Janeiro e perdeu a disputa no segundo turno, deve ser lançado nas próximas eleições como candidato do PV ao governo do estado. Mas as aspirações do partido com relações aos executivos estaduais são realistas. “Eleger governadores e senadores ainda é uma possibilidade distante”, admitiu Penna.
No entanto, o PV quer dobrar o número da bancada de deputados federais (hoje são 14) e fortalecer as bases eleitorais nos dois estados em que tem maior aceitação: São Paulo e Minas Gerais. “Só em São Paulo fizemos 340 vereadores”, comemorou o presidente do PV.
Quanto à posição que será adotada pelo partido na eleição presidencial, José Luiz Penna despista. “Sempre partimos da possibilidade de uma candidatura própria e depois vamos nos adequando à realidade”, afirmou. “Se houver um segundo turno, o partido vai se aglutinar às forças mais progressistas”, disse.
Hoje o partido integra a base de apoio ao governo e mantém como seu representante o ministro da Cultura, Juca Ferreira “Temos participado do governo quando há compatibilidade entre as nossas propostas e as dele. Mas para nós, por exemplo é complicado ver o Lula investir bilhões no pré-sal, quando o mundo inteiro investe para gerar energias limpas”, criticou Penna.
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