Substituta imediata de Rodrigo Janot, Ela decidiu pedir demissão depois que o site da revista Veja divulgou o conteúdo do vídeo. O pedido de demissão já foi aceito por Janot e será oficializado no Diário da Justiça desta quarta-feira (31). A sub-procuradora também concedeu uma entrevista ao site da revista nesta terça-feira (30).
Leia também
Nas declarações, diz que o julgamento do impeachment “é um golpe sim, dentro daquelas regras”. E acrescentou: “Não me agrada ter o Temer como presidente. Ele não está sendo delatado? Eu sei que está”.
Veja o vídeo:
Ela Wiecko formou-se em Direito pela Universidade do Rio Grande do Sul e é procuradora da República desde 1975. É doutora em crimes contra o sistema financeiro e participou da elaboração do anteprojeto de lei do Código Penal em 1998. Também foi presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), uma espécie de sindicato classista do MPF. Também atuou nas áreas de direitos humanos e na defesa das mulheres violentadas.
PublicidadeA sub-procuradora é mulher do juiz aposentado Manoel Lauro Volkmer de Castilho, ex-assessor jurídico do ministro Teori Zavaski, que também pediu demissão do cargo há três semanas. A saída de Volkmer do gabinete de Teori aconteceu depois que ele assinou um manifesto defendendo que o ex-presidente Lula recorresse ao Comitê de Direitos Humanos da ONU e denunciasse o que o petista classificava de “caçada judicial”.
Leia a nota oficial da PGR sobre o pedido de demissão de Ela Wiecko:
“Ela Wiecko Volkmer de Castilho pediu dispensa das funções do cargo de vice-procuradora-geral da República nesta terça-feira, 30 de agosto. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, aceitou o pedido e assinou a portaria que será publicada no Diário Oficial da União.
Na Vice-Procuradoria-Geral da República, ela foi responsável por importantes projetos na área de direitos humanos, como a criação do Comitê Gestor de Gênero e Raça do Ministério Público Federal e a defesa da legalidade da Lista Suja do trabalho escravo. Também teve atuação de destaque no Conselho Superior do Ministério Público Federal e nos processos junto à Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça”