Mário Coelho
A candidata à Presidência da República Marina Silva (PV), derrotada no primeiro turno, gastou R$ 24,1 milhões na disputa eleitoral. O valor, declarado ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é 3,7 vezes menor do que o estimado inicialmente – R$ 90 milhões. Partidos, candidatos e comitês têm até as 19h desta terça-feira (2) para apresentar as contas de campanha à Justiça.
O principal doador da campanha de Marina foi seu vice, o empresário Guilherme Leal (PV), dono de um patrimônio de R$ 1,19 bilhão, o maior entre todos os candidatos que participaram das eleições deste ano. Um dos fundadores da empresa de comésticos Natura, ele contribuiu, de acordo com a declaração, com quase a metade do total gasto: R$ 11,9 milhões.
Além dele, outros sócios do grupo fizeram doações para a candidatura de Marina Silva. Antônio Luiz da Cunha Seabra contribuiu com R$ 200 mil, enquanto Pedro Luiz Passos doou R$ 150 mil.
Depois de Leal, a maior doadora individual foi Maria Alice Setúbal. Filha de Olávio Setúbal, ex-presidente do Banco Itaú morto em 2008, contribuiu com R$ 573,5 mil. Ela também participou da campanha de Marina como coordenadora da área de educação. O segundo maior doador individual foi o empresário do setor de mineração Eike Batista. Ele doou R$ 500 mil, segundo a declaração entregue ao TSE.
A campanha de Marina também contou com o suporte financeiro de construtoras e bancos. A Andrade Gutierrez doou R$ 1,1 milhão, enquanto a Camargo Corrêa contribuiu com R$ 1 milhão. O mesmo valor foi dado pelo Itaú Unibanco.
A maior quantidade das doações individuais de Marina Silva veio de pessoas físicas por meio de cartão de crédito. A doação pela internet foi inaugurada nesta eleição, após ser aprovada pelo Congresso no ano passado. Ao todo, sua campanha recebeu 3.098 depósitos, sendo 2.831 por cartão. Apesar da quantidade, essas doações de pessoas físicas somam R$ 169 mil, ou 0,6% do total. A campanha de Marina esperava um número bem maior: R$ 15 milhões.
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