Após publicar reportagem dizendo que o senador Romário Faria (PSB-RJ) era titular de uma conta com R$ 7,5 milhões em banco Suíço, a Veja reconheceu que o extrato bancário que utilizou para produzir a reportagem era falso. A revista, por meio de nota em seu site, pede desculpas ao senador e aos seus leitores e afirma que a publicação da reportagem foi feita sem “nenhuma má fé”.
“Por ter publicado um documento falso como sendo verdadeiro, VEJA pede desculpas ao senador Romário e aos seus leitores. Esse pedido de desculpas não veio antes porque até a tarde desta quarta-feira ainda pairavam perguntas sem respostas sobre a real natureza do extrato, de cuja genuinidade VEJA não tinha razões para suspeitar”, diz trecho do pedido de desculpas.
O reconhecimento do engano pela revista veio após Romário publicar em sua página no Facebook e na sua página oficial na internet documentos enviados do banco BSI comprovando que o extrato bancário divulgado pela semanal era falso. “Diante dessas provas, enterramos, definitivamente, qualquer mentira sobre o assunto. Os falsificadores, mentirosos e caluniadores responderão à justiça brasileira e suíça”, postou o ex-jogador de futebol.
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A Veja também comentou os documentos enviados pelo banco: “O comunicado do BSI não deixa dúvida sobre as adulterações no documento e pede às autoridades que investiguem a autoria da falsificação”. De acordo com a nota, a revista continuará as investigações sobre o caso, revisará “passo a passo” do processo que resultou na publicação do extrato. “Evento singular que nos entristece e está merecendo toda atenção e cuidado para que nunca mais se repita”, lamenta a publicação.
Entenda o caso
No último dia 25, a revista Veja publicou reportagem dizendo que o ex-jogador Romário era dono de uma “pequena fortuna” de R$ 7,5 milhões, que estaria guardada no banco suíço BSI. Após a chegada da semanal nas bancas, Romário ironizou a matéria, dizendo estar feliz por ter descoberto a dinheirama. Ele também foi até a Suíça para “procurar” a fortuna.
PublicidadeNesta quarta-feira (5), o banco estrangeiro enviou carta ao senador confirmando que o extrato bancário reproduzido por Veja é falso e que, em razão de sua divulgação, abriu queixa penal no Ministério Público de Genebra.
Ainda segundo o banco suíço, diversos “delitos penais graves” foram cometidos com a divulgação do falso extrato, principalmente falsificação de documentos. Na queixa penal, o BSI afirma que “pode estabelecer com certeza que o extrato da conta é falso e que o senhor Romário de Souza Faria não é, portanto, titular de dita conta em nosso banco na Suíça”.
Após as manifestações por meio de perfis em redes sociais, onde inclusive divulgou as páginas pessoais dos jornalistas que escreveram a matéria, Romário também se manifestou em plenário assim que recebeu a confirmação do BSI.
“Não posso dizer que fiquei totalmente surpreso com esse ataque, porque eu sabia que isso iria acontecer. Assumi recentemente a presidência da CPI do Futebol e, ao mesmo tempo, as pesquisas de opinião mostram meu nome à frente na disputa pela Prefeitura do Rio de Janeiro. A partir do momento em que se mexe com interesses de pessoas poderosas, corruptas e safadas, passamos a sofrer intimidação e difamação, uma prática comum desse pessoal”, discursou.
Confira íntegra da nota publicado no site da Veja:
Em seu perfil no instagram e página na internet, o senador Romário de Souza Faria publicou a informação de que recebeu do banco suíço BSI um documento (leia a íntegra me francês) enviado por aquela instituição financeira às autoridades daquele país. “Nós estabelecemos como certo que este extrato bancário é falso e que o Sr. Romário de Souza Faria não é o titular desta conta em nosso banco na Suíça.”
O extrato em questão foi publicado há duas semanas por VEJA como prova de que Romário era titular de uma conta bancária na Suíça com saldo equivalente a 7,5 milhões de reais. O comunicado do BSI não deixa dúvida sobre as adulterações no documento e pede às autoridades que investiguem a autoria da falsificação.
Por ter publicado um documento falso como sendo verdadeiro, VEJA pede desculpas ao senador Romário e aos seus leitores. Esse pedido de desculpas não veio antes porque até a tarde desta quarta-feira ainda pairavam perguntas sem respostas sobre a real natureza do extrato, de cuja genuinidade VEJA não tinha razões para suspeitar.
A nota do BSI dissipou todas as questões a respeito do extrato. Ele é falso.
A investigação desse episódio, no entanto, continuará sendo feita por VEJA.
Estamos revisando passo a passo o processo que, sem nenhuma má fé, resultou na publicação do extrato falso nas páginas da revista, evento singular que nos entristece e está merecendo toda atenção e cuidado para que nunca mais se repita.