A cerimônia de diplomação dos deputados federais de São Paulo, hoje (13), foi marcada pela manifestação popular. O ex-prefeito da capital paulista Paulo Maluf (PP) e os ex-ministros petistas Antonio Palocci e Ricardo Berzoini foram os mais vaiados pela platéia presente na Assembléia Legislativa do estado.
Até quem não apareceu na diplomação recebeu vaias, como no caso do ex-presidente do PT José Genoino e de Valdemar Costa Neto (PL), que renunciou o cargo na última legislatura para evitar a cassação. Outro parlamentar ausente que passa por situação delicada foi o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB), um dos principais defensores do reajuste de 91% dos salários dos parlamentares.
Mesmo sob as manifestações, os deputados mantiveram a compostura e o sorriso ao serem diplomados. Ao contrário dos colegas desprestigiados, o deputado eleito e cantor de forró Frank Aguiar (PTB), o “cãozinho dos teclados”, recebeu o diploma ao som de latidos.
Clodovil Hernandez (PTC) dividiu a platéia, que segundo a assessoria da Assembléia era de 280 pessoas. Um grupo de pessoas o aplaudiu, enquanto outro o vaiou. Antes da cerimônia, Clodovil ainda assinou um documento contra o aumento dos salários dos parlamentares. "Tudo que me mandarem, eu faço. Em curral alheio, boi é vaca. Não sou contra, nem a favor, eu não sou nada. Vou aprender durante esse ano. Tanto que meu salário eu já doei", disse.
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Procuradoria pede cassação de 15 deputados de SP
O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo recebeu 17 representações da Procuradoria Regional Eleitoral com pedido de cassação de 15 deputados diplomados nesta terça-feira (19). As acusações variam entre indícios de arrecadações e gastos ilícitos, compra de votos, abuso de poder político e autoridade e uso indevido dos meios de comunicação na última campanha eleitoral.
Entre os parlamentares denunciados estão o ex-ministro da Educação, Paulo Renato Costa (PSDB) e o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira (PDT). Além desses, também foi pedida a cassação de Vanessa Damo, Alex Manente, Aline Lemos, Celso Antônio Giglio, Fernando Barrancos Chucre, Jorge Maluly, José Camarinha, Vinícius de Almeida Camarinha, José Antônio Bruno, Renato Fauvel Amary e Silvio França Torres.
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Portugal bloqueia US$ 3,2 mi de ex-deputado mineiro
Um dos presos pela Polícia Federal na Operação Castelhana, o ex-deputado federal Avelino Costa (PL-MG) teve 2,5 milhões deuros (US$ 3,27 milhões) bloqueados pela Justiça de Portugal. O valor, que seria sacado em 30 de novembro pela mulher dele, Maria Adelaide da Costa, foi retido porque excedia o limite máximo previsto pela legislação portuguesa, que é de 12,5 mil euros em dinheiro.
Avelino foi preso temporariamente em novembro numa operação da PF que descobriu um esquema de fraudes que fazia uso de sociedades anônimas offshore estabelecidas no Uruguai e na Espanha, em nome de "laranjas", para ocultar valores e bens de empresários brasileiros.
Dessa forma, esses bens permaneciam fora do alcance de possíveis cobranças fiscais e execuções judiciais. Entre as mais de dez pessoas presas na época, também estava o deputado eleito Juvenil Alves (PT-MG). A PF suspeita que o grupo tenha causado prejuízo de mais de R$ 1 bilhão aos cofres públicos.
Segundo o Jornal de Notícias, de Portugal, a mulher de Avelino, tentou fazer o saque na agência do Banco Totta Santander de Vila Nova de Cerveira, cidade onde o ex-deputado nasceu, a 400 quilômetros de Lisboa. O dinheiro acabou sendo bloqueado por um juiz até serem concluídas as investigações sobre sua origem. O jornal afirma que as suspeitas são de que Avelino poderia estar implicado no caso do financiamento ilegal do PT mineiro nas últimas eleições.
De acordo com o JN, o ex-deputado, que é proprietário do frigorífico Pif Paf, um dos maiores do Brasil, com faturamento de R$ 500 milhões no ano passado e 6,5 mil funcionários, teria obtido o dinheiro com a venda de dois imóveis em Lisboa. A transação teria sido declarada em Portugal. De acordo com o jornal português, uma equipe de agentes da Polícia Federal estaria seguindo para a Europa para acompanhar as investigações.
Vedoin reforça envolvimento de Abel Pereira em fraude
O empresário Darci Vedoin, sócio da Planam e apontado como um dos chefes da máfia das ambulâncias, afirmou hoje (19) novamente que o empreiteiro Abel Pereira atuava como braço da quadrilha no Ministério da Saúde no fim do governo Fernando Henrique Cardoso.
Vedoin depôs por quase três horas na sede da Polícia Federal de Cuiabá (MT) e disse que Abel facilitava a liberação de emendas para aquisição das ambulâncias na gestão do ex-ministro da Saúde Barjas Negri, que assumiu a pasta no lugar de José Serra em 2002. Vedoin disse ter encaminhado à Justiça documentos referentes a depósitos que comprovariam o pagamento de propina a Abel.
O depoimento reitera afirmações já feitas pelo próprio Darci e também pelo filho e sócio, Luiz Antonio Vedoin, que depôs à PF no último dia 11. As acusações foram negadas por Abel Pereira em depoimentos anteriores à PF e à CPI das Sanguessugas.
Darci Vedoin falou ainda sobre procurações assinadas por prefeitos de Mato Grosso, que davam a ele poderes para negociar a compra de ambulâncias junto ao Ministério da Saúde. O delegado da PF Diógenes Curado Filho, responsável pela investigação, deve encaminhar até sexta (22) o relatório final ao Ministério Público Federal em Mato Grosso.
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