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“Acho que estão tentando usar essa delação premiada, a notícia parcial de vazamento não confiável, para tentar, um pouco no desespero, mudar o rumo da campanha. Vazamento sempre é condenável, porque pode ter sido por advogado de réu para proteger algum réu e prejudicar outro”, declarou o ministro. “A gente só pode dar resposta qualificada para a pergunta quando tivermos a informação de todo o teor do inquérito que o cidadão está descrevendo para a polícia. Até lá, tudo o que se falar é muito precário”, emendou.
O ministro afirmou que é preciso aguardar a comprovação das denúncias de Paulo Roberto de que políticos da base aliada, como os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), recebiam propina em um esquema de corrupção na estatal com empreiteiras.
“O governo não pode tomar conhecimento de uma denúncia que, insisto, por enquanto, é sem nenhuma comprovação, sem nenhum fundamento. O fato de uma pessoa ser mencionada sem nenhuma prova não pode nos levar a tomar nenhuma atitude”, ressaltou.
Em campanha eleitoral na cidade de São Paulo, Dilma disse ontem que vai aguardar os desdobramentos do caso para analisar que medida tomar. “Precisamos de dados oficiais a respeito dessa questão. A própria revista que anuncia esse fato diz que o processo está criptografado, guardado dentro de um cofre e que irá para o Supremo. Eu gostaria de saber direitinho quais são as informações prestadas nessas condições e asseguro que tomarei todas as providências cabíveis, mas não com base em especulações”, afirmou a petista.
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A edição da revista Veja que começou a circular ontem traz a relação de políticos (clique aqui para ler) que, segundo a semanal, foram apontados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa como beneficiários de um esquema de corrupção na estatal operado por ele em sua passagem pela diretoria de Abastecimento, entre 2004 e 2012. Os nomes remetem a aliados de Dilma e ao ex-governador Eduardo Campos (PSB), de quem Marina Silva (PSB) herdou a vaga na disputa presidencial após sua morte em um desastre aéreo. A participação de cada um dos mencionados pelo agora delator ainda será objeto de investigação.
Segundo a revista Veja, Paulo Roberto entregou, ao todo, os nomes de três governadores (considerando-se aí a atual governadora Roseana Sarney e os ex-governadores Sergio Cabral e Eduardo Campos), um ministro (Edison Lobão), um ex-ministro (Mário Negromonte), seis senadores e 25 deputados, além do secretário de finanças do PT. O ex-diretor da Petrobras também confirma que houve pagamento de propina no negócio que resultou na polêmica compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. O prejuízo bilionário para a empresa brasileira com a compra da unidade norte-americana motivou a instalação da CPI da Petrobras.
O esquema partia de grandes empresas – a maior citada por ele é a Camargo Corrêa – que, para fechar contratos milionários com a Petrobras, transferiam parte do lucro a funcionários da estatal, a partidos da base do governo e a políticos. Estes, antes de receber, tinham o dinheiro lavado por doleiros.