O Vaticano informou que o Papa Francisco não enviou um emissário nem um rosário ao ex-presidente Lula, preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Em nota publicada nas redes sociais, o Vaticano disse que a visita do advogado argentino Juan Grabois, impedido ontem de encontrar o ex-presidente, foi em caráter pessoal e não em nome do papa. O terço, segundo a nota, não foi enviado pelo sumo pontífice, mas apenas “abençoado” por ele.
“Em mérito às notícias circuladas sobre o suposto envio de um terço pelo Papa Francisco ao ex-presidente Lula, esclarecemos que o advogado argentino Juan Gabrois, fundador do Movimento dos trabalhadores excluídos tentou fazer uma visita – a título pessoal – ao ex-presidente”, diz a nota publicada no site Vatican News, página de notícias da Santa Sé.
De acordo com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o advogado argentino foi consultor do Pontifício Conselho de Justiça e Paz.
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Ontem o PT divulgou em sua página oficial que Grabois era um emissário do papa que havia enviado, a pedido do pontífice, um rosário abençoado por ele ao ex-presidente. A informação foi confirmada ao Congresso em Foco nessa segunda-feira (11) pela assessoria de imprensa do partido. O texto divulgado pelo PT foi corrigido apenas na manhã desta terça-feira. Ao invés de dizer que o Papa Francisco havia enviado o rosário a Lula, como foi publicado ontem, o partido alterou o texto para “Lula recebe rosário abençoado pelo Papa Francisco”.
O pedido de visita a Lula foi negado pela Polícia Federal sob a justificativa de que Grabois não era um “sacerdote consagrado”. O advogado afirmou que a visita ao ex-presidente já estava agendada, por isso considerou a negativa “inexplicável”. Ele afirma que o encontro foi impedido por “razões de natureza política”. “A nota do Vaticano se baseia na fala dele na live. Recebemos a informação da origem do Rosário do próprio Grabois”, disse nesta terça-feira a assessoria de imprensa do PT ao Congresso em Foco.
“Estou muito preocupado com a situação, estamos frente a um claro caso de perseguição política”, disse ele à imprensa na saída do encontro frustrado. “Visitei presos em situações similares e nunca me deparei com uma negativa dessa natureza.”
Lula está detido no local desde 7 de abril, acusado de lavagem de dinheiro e corrupção passiva no caso do tríplex do Guarujá.
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