Não é de hoje que as vassouras circulam na seara política. Nos idos de 1960, Jânio Quadros popularizou o objeto como símbolo máximo do combate a corrupção. A partir desta noite, elas voltarão à cena novamente. Pintadas de verde e amarelo, 594 delas serão fincadas no gramado em frente ao Congresso Nacional.
No rol das recentes manifestações contra a corrupção, os organizadores pretendem ir além da simples demonstração. “Entregaremos uma vassoura para cada deputado e senador, para que eles se lembrem da voz do povo que clama por essa limpeza”, afirmou Antônio Carlos Costa, integrante da ong Rio de Paz, organizadora do movimento. O ato de entrega acontecerá às 15h nos plenários das duas casas e também nos corredores do Congresso.
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Apesar de não contar com o apoio de nenhum parlamentar, Antônio afirma que a ideia surgiu a partir de uma declaração do senador Pedro Simon (PMDB-RS), que disse em entrevista querer receber uma vassoura, após ter assistido a uma reportagem sobre manifestação semelhante realizada pela mesma ONG na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em 19 de setembro.
O objetivo é pedir ao Congresso Nacional que se envolva efetivamente na luta do povo brasileiro pelo fim da corrupção. Uma das medidas defendidas pelo grupo é a extinção do voto secreto parlamentar. “A corrupção adora a obscuridade, a falta de luz. Temos que abrir tais informações para todos os cidadãos”, disse Antônio. A intenção garante, não é desmoralizar os parlamentares, e sim, aprofundar o debate sobre esta questão.
A ONG carioca já fez parceiros em Brasília. Os organizadores da Marcha contra a Corrupção, que no dia 07 de setembro fizeram um protesto com a participação de mais de 30 mil pessoas, ajudaram na divulgação do manifesto de amanhã. “Não sabemos bem ao certo quantas pessoas comparecerão porque fizemos o convite pelas redes sociais também”, disse Antônio.
Violência
PublicidadeA ONG Rio de Paz tem como objetivo central a luta pela redução no número de homicídios no País. Segundo Antonio, o produto final da corrupção é a morte, já que desvia dinheiro de hospitais, escolas e obras de infraestrutura. A ONG foi fundada em 2007, logo após a onda de atentados que varreu a cidade do Rio de Janeiro, no final do ano de 2006. Naquela ocasião, 19 pessoas foram mortas, oito delas queimadas vivas dentro de um ônibus interestadual.