Aqui, um resumo amplo e atualizado sobre o que aconteceu hoje nas principais cidades do país
Na capital federal, segundo a Polícia Militar, cerca de mil pessoas participaram dos protestos. Ativistas sociais acreditam que muitos preferiram ficar em casa, por temerem que o movimento fosse de alguma forma desvirtuado pelas provocações de extremistas de direita e, principalmente, pela ação violenta de militantes de ultraesquerda – em especial, os chamados black blocs, grupos de inspiração anarquista que consideram legítimo recorrer ao bloqueio de vias públicas, a depredações e ao enfrentamento da polícia para demonstrar seu radical repúdio a todo o sistema político e social, a governos e ainda a instituições como partidos, bancos e meios de comunicação.
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Em Brasília, os protestos pela manhã transcorreram sem maiores incidentes e, até onde pôde apurar o Congresso em Foco, sem nenhum registro de prisão. Mas a vontade de ficar longe de confusão reduziu bastante a presença de público no desfile cívico-militar, assistido pela presidenta Dilma Rousseff, que percorreu a Esplanada dos Ministérios em carro aberto. As arquibancadas tinham lugar para 24 mil pessoas. Segundo a PM, porém, somente 5 mil viram o desfile.
Os manifestantes se concentraram a partir das 9h no Museu da República e começaram a se dispersar a partir das 11h30, já em frente ao Congresso Nacional. Ali, houve uma clara divisão entre eles. Um grupo, menor em número, ficou na pista superior do prédio do Congresso, e pretendia circular no seu entorno (no que foi impedido pelos policiais). Esses manifestantes, liderados sobretudo por movimentos contra a corrupção, se recusaram a descer até o gramado, como optaram por fazer os demais.
No gramado, alguns manifestantes esboçaram uma tentativa de invasão do Congresso. A barreira policial imediatamente os convenceu a desistir da ideia. Neste momento, um policial chegou a usar spray de pimenta. Mesmo no gramado, era pacífico o comportamento da grande maioria das pessoas, muitas das quais chegaram levando crianças.
Gritos por mais saúde, mais educação e mais segurança, assim como pela aprovação do voto aberto no Legislativo, marcaram os protestos em Brasília. “Voto secreto, não. Quero ver o voto do ladrão”, ecoaram muitos. Os organizadores da campanha Eleições Limpas aproveitaram para colher assinaturas em favor de sua proposta de mudança do sistema político, restrita a alterações na chamada legislação infraconstitucional. Concentrada na mudança do modelo de financiamento eleitoral (tornando proibidas as doações de empresas) e do sistema eleitoral (instituindo, entre outras coisas, a eleição em dois turnos para deputados), a proposta não contempla várias reivindicações feitas pelas pessoas que foram às ruas desde junho, como a adoção do voto facultativo, a redução do número de deputados federais, a permissão de candidaturas avulsas e o chamado recall, que permite à população revogar o mandato de representantes eleitos.
Em Brasília, os protestos prosseguiram à tarde, nas proximidades do Mané Garrincha, onde a seleção brasileira enfrenta hoje a Austrália a partir das 16h15. Foi quando se registraram confrontos mais sérios com a polícia, que usou bombas de gás lacrimogênio para manter os manifestantes longe do estádio (veja mais).
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