Somente na tarde desta quarta-feira (16) o deputado André Vargas (PT-PR) formalizou sua renúncia ao cargo de primeiro vice-presidente da Câmara. Há sete dias, ele havia enviado carta ao líder do PT, deputado Vicentinho (SP), mas não havia protocolado o documento na Secretaria Geral da Mesa. Hoje, Vargas entregou oficialmente a mesma carta escrita no dia 9 de abril. A eleição para a escolha de um novo vice-presidente deve ocorrer entre os dias 29 e 30 de abril, segundo o secretário-geral da Mesa, Mozart Vianna de Paiva.
Processado no Conselho de Ética por envolvimento com o principal doleiro preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, André Vargas preserva o mandato parlamentar. Com a renúncia, uma nova eleição deverá ser convocada para preencher a vaga de Vargas na Mesa. A bancada do PT estuda indicar Paulo Teixeira (SP) ou Luiz Sérgio (RJ).
Na carta, André Vargas disse que renuncia para se dedicar à sua defesa e não prejudicar o andamento dos trabalhos da Mesa. Na semana passada, Vicentinho disse que Vargas será investigado pelo partido, mas descartou a expulsão. “Não podemos condenar uma pessoa antes do julgamento”, afirmou no dia 9
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A íntegra da carta de Vargas
Em virtude da decisão tomada hoje pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, pela instauração de procedimento de apuração de denúncias apresentadas contra mim, decidi apresentar minha renúncia à vice-presidência desta Casa.
Tomo esta decisão para que possa me concentrar em minha defesa perante o Conselho e para não prejudicar o andamento dos trabalhos da Mesa Diretora, e também de preservar a imagem da Câmara, do meu partido e de meus colegas deputados.
PublicidadeTenho enfrentado um intenso bombardeio de denúncias e ilações lançadas em veículos de imprensa baseadas apenas em vazamentos ilegais de informações, as quais terei agora a oportunidade de esclarecer, apresentando minha versão – a verdade – a respeito de tudo que vem sendo divulgado.
Enfrentarei tranquilamente este processo na certeza de que provarei, ao final, que não cometi nenhum ato ilícito. Sigo com muito orgulho de minha história política e minha luta, ao lado de tantos companheiros, em defesa do povo paranaense e pela construção de um Brasil melhor.
Brasília, 9 de abril de 2014
André Vargas