Responsabilizada pela tragédia de Brumadinho, que contabilizava 60 mortos e 292 desaparecidos até o final da manhã desta segunda-feira (28), a Vale já teve R$ 11,8 bilhões bloqueados pela Justiça, em quatro decisões, após o rompimento da barragem de rejeitos de minérios da Mina Córrego do Feijão na última sexta (25).
A última ação foi um bloqueio de R$ 800 milhões determinado pela Justiça do Trabalho. Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), que pediu o bloqueio, o dinheiro deverá ser usado para “indenizações necessárias a todos os atingidos, empregados diretos ou terceirizados, pelo rompimento da barragem na mina”.
Os primeiros R$ 5 bilhões haviam sido bloqueados no último sábado (26), para fins de reparo ambiental, a pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Já no domingo (27) outra decisão bloqueou mais R$ 5 bilhões, desta vez para garantir a reparação dos danos às pessoas atingidas. Pela mesma finalidade, mais R$ 1 bilhão havia sido bloqueado a pedido do governo de Minas Gerais.
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Na decisão mais recente, da Justiça trabalhista, a juíza Renata Lopes Vale, do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-3), obriga a Vale a continuar pagando os salários dos trabalhadores desaparecidos a seus familiares, providência que deverá ser mantida “até a resolução da situação pendente em que se encontram [confirmação de suas mortes]”.
Pela mesma decisão, a Vale também deverá arcar com despesas de funeral, translado de corpo, sepultamento de todos os trabalhadores vitimados.
Multas
A Vale reconheceu não apenas estes bloqueios, como também duas multas sofridas, n valor total de R$ 349 milhões até o momento: a primeira do Ibama, de R$ 250 milhões, e a segunda do governo de Mias Gerais, de R$ 99 milhões.
O prefeito de Brumadinho, Alvimar Barcelos, o Neném da Asa (PV), afirmou que o município aplicará também uma multa à Vale, no valor de R$ 100 milhões, mas essa medida ainda não havia sido tomada até o final da manhã desta segunda (14).