Em depoimento nesta quarta-feira ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, o deputado Vadão Gomes (PP-SP) disse que não recebeu dinheiro do valerioduto, e afirmou nunca ter utilizado caixa dois em suas campanhas.
O progressista foi acusado pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza de retirar, nos dias 5 de julho e 16 de agosto de 2004, R$ 3,7 milhões das contas da SMP&B no Banco Rural. Vadão responde a processo por quebra de decoro no Conselho. Ele é um dos parlamentares apontados pelas CPIs dos Correios e do Mensalão como beneficiário do mensalão.
O relator do processo, Moroni Torgan (PFL-CE), perguntou a Vadão Gomes por quê o nome do deputado do PP consta na lista dos beneficiários do mensalão. “Foi uma armação”, respondeu. Porém, dados do sigilo telefônico do parlamentar mostram que ele esteve em contato com Marcos Valério e Delúbio dias antes da liberação dos recursos. “Se foi uma armação, tudo estaria sendo planejado desde 2004? As ligações para o celular de Vadão comprovadas pela quebra de sigilos foram feitas perto das datas da entrega do dinheiro”, reforçou o pefelista.
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O parlamentar respondeu que sempre atuou de forma independente na Câmara, e não subordinava seu voto aos interesses do governo. Ao dizer isso, Vadão tenta demonstrar que não poderia, portanto, ter recebido dinheiro para votar favoravelmente propostas governistas.
Em outro momento, Vadão frisou que, apesar das denúncias de corrupção, sua imagem não foi abalada. Empresário, o progressista disse que conseguiu manter todos os seus fornecedores. “Todos acreditam em minha inocência”, reforçou.