Em depoimento prestado à força-tarefa da Operação Lava Jato, o vice-presidente da empreiteira Camargo Corrêa, Eduardo Leite, disse que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, lhe pediu R$ 10 milhões “por volta de 2010”, ano da primeira eleição da presidenta Dilma, e solicitou que a propina fosse paga na forma de doação eleitoral. Segundo o executivo, Vaccari lhe disse que “tinha conhecimento, por meio da área de Serviços da Petrobras, que a Camargo Corrêa estava atrasada no pagamento das propinas relativas a contratos (com a estatal)”. A informação é do jornal O Estado de S.Paulo.
Eduardo Leite colabora com as investigações em troca da redução da sua pena, por meio da chamada delação premiada. O relato feito por ele faz parte da denúncia contra 27 pessoas apresentada ontem (16) pelo Ministério Público Federal na décima fase da Lava Jato. Entre os alvos das denúncias à Justiça estão o próprio Vaccari e o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, apontado por delatores como operador do PT no esquema. Duque foi preso nessa segunda-feira.
“Não há qualquer dúvida de que João Vaccari tinha plena ciência, na qualidade de tesoureiro e representante do Partido dos Trabalhadores, do esquema ilícito e, portanto, da origem espúria dos valores”, relatam os procuradores a partir de trecho da delação premiada de Eduardo Leite.
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Segundo a reportagem, o Ministério Público Federal também suspeita que o tesoureiro petista tenha se enriquecido ilicitamente. “Além de tudo isso, no tocante a João Vaccari, há evidências de que os esquemas estabelecidos no seio da Petrobras serviam a partidos políticos e a projetos pessoais de enriquecimento ilícito de detentores de cargos públicos, inclusive dele próprio”,
Advogado de Vaccari, o ex-presidente da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Luiz Flávio Borges D’Urso disse que seu cliente “não participou de nenhum esquema para recebimento de propina ou de recursos de origem ilegal destinados ao PT”.
Luiz Flávio afirmou que o tesoureiro petista não recebeu ou solicitou qualquer contribuição de origem ilícita destinada ao PT e que todas as doações feitas a pedido dele foram realizadas por meio de depósitos bancários, “com toda a transparência e com a devida prestação de contas às autoridades competentes”.
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