Eduardo Militão
As eleições ainda estão longe de acabar e os principais partidos que sustentam a candidatura de Dilma Rousseff à Presidência já disputam os demais nacos de poder. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou nesta quarta-feira (1º) que tudo indica que PT e PMDB devam eleger as maiores bancadas na Casa nas próximas eleições. Apesar de ponderar que isso é um assunto para depois das urnas, Vaccarezza já disse que o partido estuda assumir a presidência da Câmara nos primeiros dois anos da próxima legislatura, num acordo que deixaria o cargo para o PMDB no biênio seguinte. O problema é que o PMDB, o outro partido que dá sustentação a Dilma, pensa o contrário: quer ter a presidência da Câmara primeiro.
Vacarrezza defendeu que assuma a presidência da Câmara o partido que obtiver “a articulação que conseguir a maioria na Casa” e não necessariamente a maior legenda da Câmara. Ele considerou bons nomes para a disputa os dos deputados petistas Henrique Fontana (RS), Arlindo Chinaglia (SP), João Paulo (SP), Marco Maia (RS) e Luiz Sérgio (RJ).
O líder do governo admitiu que ele próprio seria um dos cotados para disputar o cargo máximo da Casa. No PMDB, quem almeja o cargo é o deputado Henrique Eduardo Alves (RN). Vaccarezza incluiu-o também como sendo um bom nome.
O deputado petista disse que não vê problemas no embate entre forças da base aliada pelo comando da Casa. Vaccarezza afirmou que isso é normal e faz parte da variedade de pensamentos entre 513 parlamentares das mais diversas regiões do Brasil. “A vida parlamentar é uma vida de acordos, vitórias e derrotas.” Mas alertou que a disputa não pode “sair do razoável”, como aconteceu em 2005.
À época, o PT tinha dois candidatos, Luiz Eduardo Greenhalg (SP) e Virgílio Guimarães (MG). Nenhum dos dois venceu e acabou sendo eleito Severino Cavalcanti (PP-PE), com o apoio da oposição no segundo turno contra Greenhalg.
Num provável acordo com o PMDB, Vaccarezza diz que a preferência dos petistas é dirigir a casa nos primeiros dois anos, em 2011 e 2012. É nesta época que, segundo sua avaliação, devem acontecer as votações mais importantes, como as reformas tributária e política. “Todo mundo quer ficar no primeiro biênio.”
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