O comentário de Beth Veloso veiculado originalmente no Papo de Futuro, da Rádio Câmara, com Paulo Triollo:
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Como a internet mudou nossas vidas? Talvez essa seja a pergunta mais frequente, hoje, nas rodas de bar ou chats online. Mas isso me leva a crer que, na verdade, muito pouco nos perguntamos: o que exatamente estamos fazendo agora na rede? Fazer a pergunta certa agora é questão chave neste momento, para que possamos buscar um lugar ao sol neste espaço tão disputado. Eu, provavelmente, que trabalho com internet, nunca ficarei sem emprego, mesmo que fale as maiores asneiras no ar!!! Já o jornalista que ficou nostálgico com o formato papel não deve estar tão tranquilo.
Das perguntas que são feitas ao Google, quase um terço delas são inéditas. E os robôs guardam tudo, mas talvez não sejam as perguntas certas. Aqui vai uma lista das perguntas que você deve fazer a cada dois meses, sabe-se lá qual é a dimensão do seu tempo:
- Como eu me relaciono com a internet? É importante responder se é a rede ou não a relação afetiva mais importante da sua vida? Muita gente está casada com o telefone, e ainda não percebeu.
- Como eu posso tirar melhor proveito da rede? Se a questão é grana, pesquise, use a sua ferramenta de pesquisa para ver, primeiro, qual o futuro do seu emprego, quais as previsões dos gurus sobre por quanto tempo seu emprego vai sobreviver. Se for taquígrafo, por exemplo, bem, nada muito animador.
- Quem é a Beth Veloso ou o Joaquim Antonio? Longe de ser mais um surto existencial, este hábito investigador é bem saudável. A rede tem toda a história da sua vida e muito mais do que você nem sabe!!! É importante ver suas fotos, as referências, as notícias e até mesmo usar das ferramentas da rede para que você seja notificado cada vez que seu nome, ou homônimos, aparecem na rede. Faça o mesmo para a sua rede afetiva.
- Stalkear alguém pode não ser muito elegante, mas investigar a vida das pessoas, hoje, em lugares perigosos como o Brasil, é, com certeza, uma medida de segurança. Tipo, eu primeiro, eu segundo, a minha segurança em terceiro.
- Ferramenta nenhuma vai proteger o usuário do conteúdo negativo ou inadequado, já falamos isso aqui várias vezes, mas é importante sim tomar consciência de uma das leis mais básicas da Física, tipo causa e efeito. Assim, pesquise a jurisprudência do Marco Civil da Internet para saber como o marco está sendo usado e como você pode ser acusado de calúnia e difamação, por exemplo, só por compartilhar um conteúdo inverídico sobre alguém. Pense no que se aplica a você agora e dê um Google. Dizer que alguém adultera e-mails só por falar, é crime de calúnia com certeza.
- Bloquear alguém na rede não é crime, mas cuidado com a pressa!!! Eu diria que, na escala de valores, o comportamento mais importante na sua relação com a internet é diminuir a reatividade. Se a gente pode falar em etiqueta virtual, a fórmula mágica é, antes de qualquer resposta, escrita ou gravada, lembre-se de respirar bem fundo, contar até 10, deixar a raiva passar e depois, disparar o torpedo, que já não será mais uma bomba movida pela raiva, eu garanto.
- Para quê, ou com quem, bater boca na internet? Desista de qualquer duelo virtual. Melhor: vá para a cama!!! Deixar o sono digerir a emoção e a impulsividade evita vários problemas. Lembre-se: deixar a raiva no travesseiro, nem que seja esmurrando o coitado, é uma atitude muito sábia. A internet não é lugar para lavar roupa suja!!! O seu vizinho, o amigo, o colega, todo mundo quer o espetáculo, mas armar o circo sem cobrar ingresso é vacilo! Fique longe do smartphone quando tiver a leve impressão de que vai dar chilique!!! A raiva passa, mas o mico fica para sempre!!!
O Papo de Futuro fica por aqui. Fale com a gente: papodefuturo@camara.leg.br. Poderá haver diferenças entre o texto escrito e a coluna realizada ao vivo no programa “Câmara é Notícia”, da Rádio Câmara.
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