Edson Sardinha
O secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Jr., foi exonerado hoje (14) do cargo por determinação do ministro Luiz Paulo Barreto. A exoneração ocorreu logo após Tuma Jr. voltar das férias, iniciadas logo após a abertura de três investigações sobre o envolvimento do secretário com o contrabandista Li Kwok Kwen, conhecido como Paulo Li, preso desde o ano passado.
Mesmo fora do cargo, Tuma Jr. terá de se explicar à Comissão de Ética da Presidência da República, ao Ministério da Justiça e à Polícia Federal. “O ministro entende que, estando fora do cargo que atualmente ocupa, Tuma Júnior poderá melhor promover sua defesa”, diz o ministro, em nota. “O ministério destaca os relevantes trabalhos prestados pelo Dr. Romeu Tuma Júnior enquanto esteve à frente da Secretaria Nacional de Justiça”, acrescenta.
Ele será sucedido por Izaura Maria Soares Miranda, que estava interinamente no cargo desde que Tuma Jr. entrou de férias. Izaura já foi diretora do Departamento de Estrangeiros da Secretaria Nacional de Justiça.
Uma série de reportagens do jornal O Estado de S. Paulo, publicada no início de maio, mostrou que a Polícia Federal apurava indícios de que Tuma Jr. havia auxiliado Paulo Li a regularizar a situação de chineses que viviam clandestinamente na capital paulista. Em uma conversa telefônica, o então secretário perguntava ao contrabandista se determinado jogo eletrônico estava à venda na Avenida Paulista.
Paulo Li foi preso em setembro do ano passado quando foram deflagradas as operações Wei Jin e Linha Cruzada, voltadas para o combate ao contrabando de mercadorias e o vazamento de informações sigilosas. O agora ex-secretário diz que é inocente e que virou alvo de ataques por causa de sua atuação contra o crime organizado.
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