O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse agora há pouco, antes de entrar no plenário, que não entende a pressa dos governistas em iniciar o processo de votação, em segundo turno, da Desvinculação das Receitas da União (DRU). Item da PEC 89/07, a matéria foi aprovada no início da madrugada da última quinta-feira (13), quando outro ponto da proposta, a prorrogação da cobrança da CPMF, foi rejeitada pelos senadores. A DRU permite ao governo a livre aplicação de 20% dos recursos vinculados ao Orçamento da União.
“Não sei por que tem de ser hoje…”, disse Arthur Virgílio, ao deixar a liderança do partido em direção ao plenário. Ao que tudo indica, a DRU será rapidamente discutida e votada em plenário ainda hoje (19), mas a oposição já avisou que, se o governo não considerasse suas condições (como descartar nova contribuição e aumento na alíquota de impostos), colocaria obstáculos para aprovar a matéria.
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“Temos os votos para complementar [a aprovação]. Mas não aceitamos nada pernóstico por parte do governo”, disse Virgílio. “Estou esperando que eles se manifestem.”
Segundo o líder tucano, o fato de apenas o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), já ter garantido que o governo não promoveria aumento de impostos e sinalizado que a reforma tributária seria priorizada não é suficiente para ter seu apoio – e de sua bancada – em relação à DRU.
“A palavra do líder [Jucá] é suficiente, mas queremos também a do governo”, declarou, reiterando que a oposição não irá tolerar chantagens ou indefinição. “Se quiserem brincar de terrorismo, dizendo que a saúde vai ficar pior, a gente não aprova a DRU, e aí vai sobrar dinheiro para a saúde”, completou, mencionando o fato de que, com a DRU rejeitada, o governo seria obrigado a empregar a totalidade dos recursos previstos no Orçamento para o setor. (Fábio Góis)