Os partidos da oposição ao governo fecharam posição pela cassação ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) hoje (11). Juntos, PSDB e DEM prometem 28 votos contra o senador amanhã, na votação secreta que decidirá o futuro do alagoano. De outro lado, os dois maiores partidos da base, PT e PMDB, liberaram suas bancadas para votarem como quiserem.
O líder do DEM, José Agripino (RN), disse que todos os 16 parlamentares da legenda se convenceram a seguir a recomendação partidária. De acordo com ele, a decisão se deu em votação nominal. “Eu colhi os votos um a um”, afirmou Agripino ao Congresso em Foco, na noite desta terça-feira. O líder garante que não haverá traições. “Não vejo razão para duvidar [dos senadores].”
Já Arthur Virgílio (AM), líder dos tucanos, disse que só um dos 13 senadores optará pela absolvição de Renan: José Tenório (AL), ligado ao governador do estado, Teotônio Vilela.
O comandante dos peemedebistas, Valdir Raupp (RO), ridicularizou a atitude da oposição. “Eu não entendo como se fecha questão em votação secreta. Como?”, declarou ele, hoje à noite, ao deixar a presidência do Senado. Renan saiu logo depois, sem falar com a imprensa. Raupp acredita que o presidente da Casa vai conseguir, por 8 a 9 votos de diferença, sair vivo do processo que o acusa de quebrar a ética e o decoro parlamentar.
Leia também
Memorial
Renan entregou hoje um memorial de 13 páginas aos senadores em que pede sua absolvição amanhã. Na conclusão, diz que existem pessoas pensando em sua “morte política” e, “com serenidade”, pede voto ‘não’ ao relatório de Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS).
Depois de muito cobrar, o petista Eduardo Suplicy conseguiu, na noite de hoje, uma reunião com Renan. Ao sair, disse ter questionado o presidente da casa sobre cada uma das oito acusações do relatório de Casagrande e Marisa. “Para cada um deles, ele me prestou explicações”, afirmou Suplicy. O petista – que votou, no Conselho de Ética, pela cassação de Renan – reafirmou que poderá mudar de opinião se o presidente do Senado for convincente em suas explicações amanhã, no plenário. (Eduardo Militão)