O deputado e integrante da CPI dos Correios, Eduardo Paes (PSDB-SP), minimizou hoje o crime de caixa dois, durante o depoimento do ex-tesoureiro do PSDB em Minas Gerais Cláudio Mourão, que admitiu a existência de um caixa dois nas campanhas do partido montado com recursos do empresário Marcos Valério em 1998. Paes fez diversas comparações na tentativa de diferenciar o esquema montado pelos tucanos há sete anos do organizado pelo PT.
Depois de ouvir a versão do ex-tesoureiro, o deputado argumentou que, apesar de irregulares, os repasses de recursos do empresário para Mourão, em fevereiro e setembro de 1998, ocorreram durante o ano eleitoral, ao contrário dos empréstimos concedidos por Valério para montar o caixa dois do PT, em 2003 e 2004. Paes reforçou que as suspeitas que pairam sobre o PSDB se restringem ao crime de caixa dois, ao contrário do PT, que é investigado por comprar votos de parlamentares da Câmara.
O parlamentar disse ainda que o PSDB não pagou peças publicitárias fora do período eleitoral com os recursos do “valerioduto”, como teria feito o PT, segundo relato do publicitário Duda Mendonça. Segundo Mourão, Duda recebeu, em 1998, R$ 4 milhões “por fora” por serviços prestados a campanha do candidato tucano ao governo de Minas, Eduardo Azeredo.
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Ao contrário do ex-secretário do PT Sílvio Pereira, que recebeu uma Land Rover de presente de uma empreiteira, o deputado tucano enfatizou também que Cláudio Mourão garantiu não ter sido presenteado com automóveis por empresas que trabalhavam para o governo de Minas.
Para o parlamentar, ao fazer comparações com a campanha eleitoral de 1998 em Minas Gerais, o PT pretende convencer o país de que “o crime de caixa dois é aceitável porque todos o cometem”.