O vice-presidente nacional do PSDB, deputado Alberto Goldman (SP), comparou hoje o discurso do PT ao do ministro da propaganda do nazismo, Joseph Goebbels. A afirmação foi uma reação às declarações do presidente Lula, candidato à reeleição, que voltou a enfatizar nesta terça-feira que o PSDB vai retomar as privatizações se voltar ao governo.
"O PSDB é uma empresa de vender estatais", afirmou Lula, em entrevista à Rádio Bandeirantes. "Eles repetem uma mentira muitas vezes para tentar transformá-la em verdade", respondeu Goldman, em referência ao ex-ministro alemão.
O coordenador da campanha de Geraldo Alckmin, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), também entrou na briga e classificou a declaração de Lula como "terrorismo", "golpe baixo" e "propaganda desonesta". "O que está por trás desse argumento é um discurso terrorista e mentiroso. O Alckmin não vai privatizar empresa nenhuma", declarou.
O assunto pautou o debate na Câmara e no Senado hoje. Parlamentares da base aliada sustentavam que se o tucano Geraldo Alckmin vencer a disputa presidencial, vai abrir o caminho para as privatizações. A oposição rebatia, argumentado que o discurso não passa de terrorismo eleitoral para garantir a reeleição do presidente Lula.
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"Ninguém está levantando isso a partir do nada, mas com base no que foi Geraldo Alckmin no governo de São Paulo. Ele manteve o processo de privatizações", afirmou a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC). Ela disse ainda que o governo anterior "privatizou 76% do patrimônio brasileiro". O líder do PSDB na Casa, Arthur Virgílio (AM) rebateu.
"Se houve alguém que privatizou, em algum momento, o Banco do Brasil, foi este governo Lula, quando possibilitou escândalos como o do Visanet e nomeou um diretor com caráter suficiente para participar da compra do dossiê", afirmou o parlamentar, referindo-se ao ex-diretor Expedito Veloso, acusado de envolvimento na compra de um dossiê contra tucanos.
Goldman avaliou que as privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso geraram efeitos positivos e citou como exemplo o setor de telefonia. "A finalidade das privatizações nunca foi fazer caixa, e sim obter das empresas resultados melhores", justificou. O parlamentar afirmou ainda que não está nos planos do PSDB privatizar o setor energético, mas não descartou a implantação de um modelo que "permita investimentos". (Diego Moraes)