Levantamento feito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que mais da metade (51,5%) dos 127,4 milhões de eleitores brasileiros tem baixa escolaridade. As regiões Norte e Nordeste são as mais atingidas.
Dos 34,3 milhões de eleitores dessas regiões, 70% são analfabetos ou conseguem apenas ler e escrever, mas não chegaram a completar o primeiro grau. O Nordeste sozinho tem 4,2 milhões de eleitores analfabetos, sendo que a soma das outras regiões contabiliza 4 milhões.
Na outra ponta, apenas 3,43% do eleitorado tem nível superior completo. Na região Sudeste, eles correspondem a 4,4% dos eleitores, enquanto no Norte, apenas 1,73% dos eleitores completaram a graduação.
As mulheres, que representam 51,7% do total de eleitores brasileiros e já somam 65,9 milhões, superam os homens tanto entre o número de eleitores de nível superior, quanto entre os que completaram o primeiro e o segundo grau. O número de homens é maior entre os de baixa escolaridade (que não chegaram a completar o primeiro grau ou apenas lêem e escrevem).
Disparidades
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Em contraste ao maior nível de escolaridade entre as mulheres, as mulheres também superam os homens entre os eleitores analfabetos. E, ao contrário do que é apresentado nas estatísticas gerais do país, o número de analfabetas, proporcionalmente, é maior nas regiões mais ricas.
Dos 676,3 mil eleitores analfabetos da região Sul, 411,2 mil, ou seja, 60,8%, são mulheres. O Sudeste tem 1,2 milhão de eleitoras iletradas contra 867 mil de homens analfabetos.
Já no Nordeste, que concentra 4,2 milhões de analfabetos, 49,6% (2,084 milhões) são mulheres. No Norte, dos 401 mil eleitores que não lêem e nem escrevem, as mulheres correspondem a 48,1% (387 mil).
Essa escolaridade do eleitorado feminino também reflete no número de candidatas para as eleições municipais. O percentual de prefeitas nas eleições de 2004 chegou a 10,7%, no Nordeste, enquanto no Sul não ultrapassou os 4,1%. (Soraia Costa)