O presidente Lula acaba de empossar três novos ministros. José Temporão assumiu o Ministério da Saúde, Geddel Viera Lima, a Integração Nacional e Tarso Genro, o Ministério da Justiça. Deixam o governo Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça, Pedro Brito, ex-titular da Integração Nacional e Agenor Álvares, ex-ministro da Saúde. O ex-ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, apenas troca de pasta.
"Não é apenas a troca de um homem por outro homem, o que estamos consagrando é um novo jeito e uma nova forma de fazer política em nosso país, a construção de uma política de coalizão que envolve partidos, governadores e a experiência acumulada de cada um de nós", afirmou o presidente ao discursar. No habitual tom casual, Lula disse que não pode falar bem dos novos ministros porque ainda não conhece o trabalho deles e elogiou os que deixam o cargo, especialmente Thomaz Bastos.
Bastos foi um dos auxiliares mais próximos do presidente durante a crise do Mensalão e Lula brincou que ainda vai precisar de seus serviços de advogado. "É a única pessoa que advoga de graça para o Lula e tem uma cabeça bastante equilibrada e grande capacidade de diálogo com diferentes segmentos da sociedade", disse.
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O presidente Lula também fez referências ao tempo de espera de Thomaz Bastos para deixar a pasta. "Todo mundo sabe que ele está saindo porque cansou de ser ministro. Vai preferir ir para a praia do Guarujá toda semana. É melhor do que ir para a Esplanada dos ministérios". Lula agradeceu, ainda, os serviços de Pedro Brito e Agenor Álvares.
Importância da coalizão
Durante o discurso, o presidente citou várias vezes a importância das alianças para o sucesso do governo e ressaltou o apoio do PMDB. "Não tenho tempo para pensar no ontem. Estou com a cabeça voltada para hoje, amanhã, depois de amanhã. A ida de Geddel é uma consolidação, com a presença de outros ministros do PMDB. É a consolidação da coalizão política", disse. Ex-aliado de FHC durante os oitos anos do tucano na Presidência, Geddel fez oposição a Lula no primeiro mandato do petista, mas acabou se aproximando por influência do governador baiano Jacques Wagner (PT).
Ao encerrar o pronunciamento, Lula enfatizou as dificuldades pelas quais passarão os novos ministros. "Se pensam que é moleza ser ministro… vocês vão ver que o que não aparecia na imprensa começa a aparecer, vão perceber que é difícil e que o salário é muito baixo. Alguns pagam para ser ministro". O salário bruto de um ministro de Estado é de R$ 8.362,80 e o do presidente da República, R$ 8.885,48. (Carol Ferrare e Lucas Ferraz)
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