O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), presidente da Câmara e candidato à reeleição, e o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), também candidato à presidência da Casa, rejeitaram hoje (19) a sugestão de debate proposta por Arlindo Chinaglia (PT-SP), líder do governo e candidato ao mesmo cargo, para o embate entre os três candidatos que será transmitido pela TV Câmara.
Chinaglia havia proposta a realização de três debates. Um entre ele e Fruet; outro entre ele e Aldo; e um terceiro entre Aldo e Fruet.
Fruet afirmou que a sugestão do petista "é uma maneira de fugir do debate". O parlamentar paranaense disse que só "em último caso" poderá concordar com a proposta de Chinaglia.
"Para evitar dificuldades, aceito esse modelo, mas só se não houver outro jeito. Engessar ou impor regras é uma maneira de não querer participar do debate", declarou.
De acordo com a repórter Gabriela Guerreiro, da Folha Online, Aldo disse, por meio de assessores, que já havia acertado com Fruet e Chinaglia o modelo do debate sem a sugestão do petista. Segundo o presidente da Câmara, Chinaglia não apresentou a sua proposta no encontro entre os dois ocorrido nesta manhã na residência de Aldo.
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Chinaglia defende a realização de três debates
O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), conversou hoje (19) com o presidente Aldo Rebelo (PCdoB-SP) sobre o debate entre os candidatos à presidência da Câmara, que será transmitido pela TV Câmara. No entanto, o debate ainda não tem data definida.
O petista defende a realização de três debates televisionados. Um entre ele e Aldo. Outro entre ele e Gustavo Fruet (PSDB-PR). E um terceiro entre Aldo e Fruet.
“Quando você faz um debate mano a mano, não tem interferência de terceiros”. Para Chinaglia, em um modelo de debate como esse “é possível se aprofundar mais”. Questionado se isso não seria uma maneira dele fugir dos outros dois candidatos, devido ao fato de estar na dianteira da disputa, ele rebate: “Não troco a minha posição pela de nenhum dos outros”.
Com relação aos Cargos de Natureza Especial (CNEs), Chinaglia afirmou que nunca participou da Mesa Diretora e que por isso não está a par do funcionamento completo desta questão.
O petista ressaltou que só tomará atitudes que sejam positivas para garantir a autonomia e a moralidade da Casa. Ao ser indagado sobre os temas mais importantes para o debate com seus adversários ou que seriam prioritários em caso de vitória, o candidato desconversou dizendo que é preciso "estar à altura da representação popular".
"Tenho me dirigido às bancadas e aos deputados individualmente com a tese de que o país necessita de um parlamento digno, independente e atuante", discursou. (Soraia Costa)
Tarso desautoriza oferta de cargos por voto na Câmara
O ministro das Relações Institucionais da Presidência, Tarso Genro, classificou como "moeda falsa" a suposta oferta de cargos ou liberação de recursos para emendas parlamentares em troca de apoio para o candidato do PT, Arlindo Chinaglia (SP), na disputa à presidência da Câmara.
O oferecimento desse tipo de vantagem tem sido apontado pelos candidatos Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Gustavo Fruet (PSDB-PR) como principais fatores da aparente vantagem de Chinaglia na corrida ao cargo mais importante da Casa.
Segundo Tarso, o governo não vai "bancar" esse tipo de acordo. "Dizer que o governo está negociando cargos é jogo de disputa parlamentar. Seria um perfeito ingênuo quem acreditar que um ministro pode oferecer um ministério ou cargos [em troca de apoio na disputa da Câmara]. Se alguém oferecer cargos, é desonesto. É moeda falsa."
O ministro também negou que a candidatura do tucano Gustavo Fruet cause "instabilidade" para o governo, a exemplo do que ocorreu com a eleição de Severino Cavalcante (PP-PE) em 2005. Segundo o ministro, nenhuma das três candidaturas atuais gera instabilidade para o governo ou para o país.
Governistas articulam bloco para conter poderio do PT
Descontentes com o tratamento recebido do Partido dos Trabalhadores, lideranças do PSB e do PCdoB articulam com o PDT e o PV, os mais novos aliados de Lula no governo de coalizão, a formação de um bloco de esquerda, com 77 deputados, que resultaria na terceira maior bancada da Câmara.
Segundo o presidente em exercício do PSB, o ex-ministro de Ciência e Tecnologia Roberto Amaral, os quatro partidos buscam se proteger contra o que consideram "hegemonismo" do PT na base do governo.
"O bloco fortalece a autonomia dos partidos de esquerda no Legislativo e, mesmo sem estar vinculado à disputa pela presidência, favorece Aldo", disse Roberto Amaral em entrevista à agência de notícia Reuters.
Caso o bloco seja consolidado, PSB, PCdoB, PV e PDT poderão ocupar cargos importantes na mesa diretora da Casa e controlar pelo menos três comissões permanentes. O movimento abala a posição do PT na coalizão de governo e pode favorecer a reeleição de Aldo Rebelo (PCdo-B-SP) na disputa contra o petista Arlindo Chinaglia (SP).
Com 77 integrantes, o bloco só seria superado pelo PMDB, que elegeu 89 deputados, e o PT, que ocupará 83 cadeiras.
Amaral informou que foi incumbido de fazer as negociações com o presidente do PDT, Carlos Lupi, com quem conversaria ainda esta semana. Para negociar com a direção do PV, ficou escalado o futuro líder do PSB, Márcio França (SP). PDT e PV ainda não decidiram quem vão apoiar para a presidência da Câmara.
"O PT optou por um acordo com o PMDB", disse o deputado e senador eleito Renato Casagrande (PSB-ES).
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Collor vai para o PTB, diz presidente do PRTB
O presidente do PRTB, Levy Fidelix, anunciou hoje (19) que o ex-presidente e senador eleito Fernando Collor de Mello deixará o partido e se filiará no PTB. Collor é o único parlamentar da sigla eleito para exercer mandato no Congresso Nacional.
Segundo informações do portal G1, Fidelix contou que Collor se reuniu com ele para dizer que precisava de um partido maior. Segundo o presidente do PRTB, Collor já havia defendido a fusão ou incorporação do PRTB ao PTB, no entanto o partido rejeitou a proposta.
Fidelix afirmou que Collor quer fazer oposição ao governo se juntando ao presidente do PTB, o deputado cassado Roberto Jefferson (RJ).
"Ele me usou, usou o partido, nossa boa-fé, nossa pequena estrutura para alçar o vôo de águia. Faltou a ele, no mínimo, eleg&acir