O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, foi ao Senado nesta quarta-feira (13), pouco depois de um grupo de senadores declarar apoio ao pedido de impeachment que a deputada Janaina Paschoal apresentou contra ele. Quem participou da reunião garante, contudo, que a pauta era outra e que, quando se tocou no assunto do impeachment, Toffoli recebeu a solidariedade dos senadores presentes.
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Toffoli saiu do encontro sem falar com a imprensa, mas o líder do Bloco Parlamentar da Vanguarda, senador Wellington Fagundes (PL-MT), explicou que o ministro já tinha uma reunião agendada com bloco – o mesmo do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Ele explicou que toda terça-feira os senadores desse bloco conversam com alguma autoridade sobre a situação do Brasil e, desta vez, quiseram tratar do diálogo entre o Congresso e a Suprema Corte.
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Fagundes admitiu, contudo, que a conversa acabou chegando ao tema do impeachment. “Tudo foi analisado, mas a conclusão da nossa conversa é que não tem uma forma melhor de responder do que dando uma resposta à sociedade. É o Congresso fazendo o seu papel de votar e o Supremo julgando aquilo que é da sua responsabilidade”, afirmou o senador, explicando que neste bloco há um entendimento de que “não é hora de buscar atrito. É um momento em que temos que ter entendimento e diálogo”.
Além do líder do bloco, participaram da conversa com Toffoli os senadores Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Jorginho Mello (PL-SC), Zequinha Marinho (PSC-PA) e Marcos Rogério (DEM-RO). Angelo Coronel (PSD-BA), Simone Tebet (MDB-MS), Elmano Férrer (Podemos-PI) e Antonio Anastasia (PSDB-MG), que fazem parte de outros blocos, também foram convidados. O presidente do Senado, contudo, não pôde comparecer.
“Todos manifestaram muito apoio, sobretudo devido à sobriedade com que o ministro vem tendo diálogo com todos. Ele ao final fez questão de colocar que está acessível e pronto para o diálogo. Deu até o telefone pessoal para quem quiser falar com ele. Ele acha que o Supremo tem que dar essa demonstração. Não pode ficar em uma redoma”, encerrou Fagundes.
O senador admitiu, por sua vez, que há pontos de tensão na relação entre os poderes, tanto que na semana passada chegou a entrar na pauta do Senado um projeto que limita o poder das decisões monocráticas dos ministros do STF. “É por isso que se busca o diálogo”, desconversou Fagundes.
Ele, contou ainda que, neste sentido, o que Toffoli pediu aos senadores, em vez do apoio à derrubada do processo de impeachment, foi o envio de menos ações para o Supremo Tribunal Federal.
“Há uma reclamação grande por parte do ministro de que o volume de ações que chega ao Supremo é muito grande. Então, o pedido mais fundamental que o presidente fez foi o de desconstitucionalizar um pouco o país”, contou o senador.
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