“Quis fazer um desabafo pra galera que me criticou”, afirma, referindo-se às críticas que recebeu ao se tornar o deputado federal mais votado do país nas eleições de 2010. A resposta vem agora na música “Estou no poder”, carro-chefe do disco – aliás, o primeiro que ele lança desde 2008.
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Em ritmo de forró e com o mesmo humor simples que o transformou em sucesso nacional, o deputado canta: “Eu cheguei no poder e agora estou podendo / Me criticaram bastante / Disseram que eu não sabia ler / Fizeram muitas fofoca (sic) / Que eu não sabia escrever / Fiz o teste e passei e todo mundo viu / E os que me criticaram vão pra…”
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Tiririca, autor de 12 das 13 canções do CD, confirmou ao Congresso em Foco que jamais voltará a disputar cargos eletivos: “Eu pensei que podia fazer mais. A mecânica aqui é totalmente diferente do que eu imaginava. É tudo jogo de interesses, de partido, das pessoas. Então você apresenta um projeto e não vai muito longe não”.
Ele diz que continuará a exercer com aplicação a função de parlamentar até o último dia de mandato. Um de seus compromissos fundamentais é com a assiduidade. Ele é um dos sete deputados federais da atual legislatura que nunca faltaram a uma sessão deliberativa da Câmara. “Só sete, em 513”, destaca Tiririca. “Devia ser muito mais, né não?”
Orgulha-se também por ter sido apontado no Prêmio Congresso em Foco como um dos melhores deputados de 2012. “Fui o sexto mais votado na internet, sem fazer campanha”, comemora. “Você vê. Eu estou aqui frustrado porque queria fazer mais. Mas, para o povo, estou fazendo coisa pra caramba”.
De qualquer maneira, lamenta as dificuldade para fazer andar o projeto que apresentou para regulamentar a atividade de circo, algo que tomou como prioridade em razão do seu histórico de artista circense e palhaço profissional. “Estou querendo saber quantas pessoas dependem do circo no Brasil, e nenhum órgão público sabe informar. E são famílias que não têm assistência de saúde, de educação, não têm nada”, exemplifica.
Cachê de R$ 40 mil
Tiririca considera injustificadas as críticas que recebe por não ter feito até o momento nenhum discurso no plenário: “Microfone é a minha praia, palco é minha área. Mas, vou falar o quê? Se eu tiver um projeto aprovado, aí sim. Mas não tenho, e não prometo nada pra ninguém. Vou subir lá para aparecer? Se for pra isso, pinto o cabelo, pinto a barba, pinto o bigode, e tô aparecendo”.
O deputado acrescenta que o exercício do mandato também lhe traz prejuízos financeiros, em razão da impossibilidade de fazer shows, pelos quais cobra um cachê mínimo de R$ 40 mil. “Estou há dois anos sem fazer show”, conta o humorista, que mantém contrato com a TV Record, na qual apresenta nas tardes de segunda-feira, ao vivo, o quadro “Pergunte ao Tiririca”.
Com o disco e, sobretudo, fora de novas disputas eleitorais, Tiririca quer dedicar mais tempo à carreira de artista.
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