O senador Tião Viana (PT-AC) afirmou, nesta terça-feira, após a aprovação do texto do relator Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) na CPI dos Bingos, que o documento é "o relatório mais frágil da história do Parlamento brasileiro" e que "rasgou o Regimento e a Constituição" ao não atender ao fato determinado e ao objeto formal da comissão – a ligação dos jogos de bingo com o crime organizado e a lavagem de dinheiro.
Tião Viana criticou a oposição por ter, segundo ele, se apegado a uma "estratégia de ordem eleitoral". O senador afirmou, no entanto, que o PT acata a decisão do colegiado, e que ela não representa uma derrota para o partido. "Os indiciados apresentarão sua defesa ao Supremo, e serão bem sucedidos, pois o relatório não tem suporte constitucional", disse ele.
Ao perceber que não conseguiria derrubar o texto de Garibaldi, o governo liberou a bancada e permitiu a aprovação do relatório por doze votos a dois. A retirada da proposta de liberação dos bingos, que era questionada tanto pela oposição quanto pelo governo, também facilitou a aprovação do documento.
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Com a decisão, ficou mantido o relatório original, que propõe o indiciamento de 79 pessoas, entre elas o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto. Para agradar a oposição, o relator acrescentou também uma sugestão para que o ex-ministro José Dirceu e o chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, sejam investigados por suposta participação em esquemas de corrupção nas prefeituras administradas pelo PT. Porém, não pediu o indiciamento dos dois.
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