Se o senador José Sarney (PMDB-AP) decidir disputar a eleição para a Presidência do Senado, o governo não vai interferir no pleito. A avaliação é do senador Tião Viana (AC), candidato do PT ao cargo. “O governo vai ficar equidistante do processo. Não quero mais do que isso”, afirmou Tião, que destaca contar com o apoio de seis legendas: PDT, PR, PRB, PSB, Psol e PT.
Tião recebeu nesta tarde o apoio do único representante do Psol na Casa, José Nery (PA). Por sua vez, Sarney deve ter um encontro com o presidente Lula nesta noite. Na pauta do encontro está a disputa pelo comando do Senado.
Tião Viana revela que trabalha com a meta de 52 votos e admite que a eleição ficará mais apertada caso Sarney seja candidato. “Basta 41 votos para vencer a disputa.”
O petista também revela que o atual presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), retirará sua candidatura se Sarney confirmar a intenção de assumir pela terceira vez o comando do Legislativo.
Segundo Tião, a candidatura de Sarney pode gerar uma “tensão” na Câmara, uma vez que os deputados petistas apóiam a candidatura do peemedebista Michel Temer (SP) para a presidência daquela Casa.
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O senador acreano lembra que não é necessário pertencer ao partido de maior bancada para presidir o Senado. Como exemplo, ele cita o caso do ex-senador Antonio Carlos Magalhães(PFL, atual DEM). “Ele presidiu a Casa com uma bancada de seis senadores”, argumenta. Atualmente o PT conta com 12 parlamentares no Senado. Já o PMDB possui uma bancada de 20 senadores.
Tião ressalta que sua candidatura ao comando da Casa também recebeu apoio da Força Sindical e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Essa última está reunida neste momento com o presidente Lula, para tratar de garantias de trabalho para os empregados de empresas que sofrem com a atual crise econômica.
Apoio de Renan Calheiros
O senador José Nery avalia que "é grave" o fato de um potencial candidatio à Presidência do Senado (Sarney) ter como principal articulador de campanha o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que já presidiu a Casa e renunciou ao cargo em dezembro de 2007, acusado de diversas irregularidades.
Além disso, Nery também critica o fato de Sarney "trabalhar 25h por dia" para ser presidente do Senado e não assumir sua candidatura ao cargo. "O Senado precisa de renovação", afirma Nery. (Rodolfo Torres)