Relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Teori Zavascki autorizou abertura de inquérito para apurar se um negócio fechado pela Petrobras na Argentina serviu para que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMD-AL), recebesse propina. Solicitado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 30 de novembro passado, o inquérito corre sob segredo de Justiça.
Além de Renan, também serão investigados nesse inquérito o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE). Os crimes apontados no caso são lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Em delação premiada, Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção instalado na Petrobras, disse ter se envolvido em uma operação para viabilizar a venda da participação da petrolífera na empresa argentina Transener para o grupo Electroingenieria, do mesmo país. Segundo Baiano, o lobista Jorge Luz, também investigado na Lava Jato, afirmou que parte da comissão paga no negócio estava reservada “ao pessoal do PMDB” – uma referência a Renan, Jader e Gomes e, além dos três, ao ex-ministro Silas Rondeau (Minas e Energia).
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A investigação está em estágio inicial na Polícia Federal de Brasília. Os personagens mencionados na delação contestam as acusações. No final de novembro, quando a PGR anunciou o pedido de inquérito, Renan disse “que suas relações com as empresas públicas nunca ultrapassaram os limites institucionais”.