Daniela Lima
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), deve formular projeto de resolução submetendo ao plenário a decisão de mudar as normas que regem o uso da cota de passagens aéreas. Ontem, o deputado anunciou que a iniciativa de restringir o benefício apenas a parlamentares em viagem dentro do território nacional era uma decisão debatida com Mesa Diretora e com os líderes partidários. Hoje, diante de críticas públicas de colegas (leia mais), o presidente recuou.
Entre o desgaste interno, com os companheiros de parlamento, e o desgaste com a opinião pública, Temer encontrou um meio termo. Submetendo ao plenário a mudança na norma, ele se exime da responsabilidade de ter alterado, sem consultar todos os parlamentares, um benefício que permite a ele, e aos colegas, bancarem viagens, no Brasil e no exterior, a familiares, amigos, assessores e outras autoridades.
Leia tudo sobre a farra das passagens aéreas
Submetendo a decisão ao plenário, Temer também se exime de carregar as críticas da opinião pública sobre o tema. “Devo apresentar um projeto de resolução na próxima semana. É uma questão de respaldo”, disse o presidente da Casa aos jornalistas.
Na manhã de hoje, em plenário, alguns deputados defenderam a norma antiga. “Quero ter o direito de levar a minha mulher nas minhas viagens”, sustentou o deputado Silvio Costa (PMN-PE).
Já ontem, após o anúncio de que as normas seriam modificadas, Costa tinha dito, na tribuna, que faria um recurso assim que a nova norma fosse oficializada para submeter a decisão da Mesa ao plenário.